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Identificação de vítimas de acidente aéreo pode levar um mês

"Seis corpos estão em condições razoáveis. Os demais só serão reconhecidos através de exames de DNA", explicou o diretor do IML do Rio, Roger Ancilotti

Por Agencia Estado
Atualização:

Familiares da maioria dos 19 ocupantes de um avião que caiu sexta-feira, 31, no Rio de Janeiro terão que esperar até um mês para sepultá-los, dado o estado no qual ficaram os corpos. "Seis corpos estão em condições razoáveis. Os demais só serão reconhecidos através de exames de DNA", explicou o diretor do Instituto de Medicina Legal do Rio de Janeiro, Roger Ancilotti. Até que sejam divulgados os resultados, os restos de 13 vítimas permanecerão no instituto. Ancilotti explicou que o trabalho de identificação poderá demorar entre 20 e 30 dias. Só então as autoridades irão liberar os restos às famílias para os respectivos enterros. Drama O anúncio aumentou neste domingo, 2, o drama vivido desde a tarde de sexta-feira pelos parentes dos 17 passageiros e dois tripulantes que ocupavam o bimotor LET 410 de fabricação checa acidentado no Pico da Pedra Bonita, cerca de 80 quilômetros ao norte do Rio de Janeiro. Os familiares das vítimas estão hospedados em um hotel do Rio de Janeiro enquanto os legistas trabalham na identificação. Reclamação A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro anunciou que assistentes sociais atenderão os parentes dos mortos, que reclamaram publicamente da falta de informação sobre o acidente e das dificuldades para a obtenção dos restos mortais. O subdiretor do Instituto de Medicina Legal, Daniel Fontes, explicou que a intenção das autoridades é impedir ao máximo que os parentes tenham que fazer o reconhecimento direto das vítimas. Para agilizar o trabalho, foram pedidas fotos e radiografias das arcadas dentárias. Devido às difíceis condições do terreno onde caiu o avião, os restos das vítimas tiveram que ser içados por helicópteros da Força Aérea Brasileira, que os deixaram em uma estrada próxima, onde veículos da Defesa Civil aguardavam para levá-los ao Rio de Janeiro. Causas As causas do acidente ainda não foram determinadas, embora fontes do Departamento de Aviação Civil (DAC) tenham admitido que o mau tempo na região possa ter contribuído para a tragédia. Além dos corpos das vítimas, as equipes de resgate recuperaram, após 18 horas de buscas, as duas caixas-pretas da aeronave. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, o resultado das análises dos últimos minutos de conversa entre o piloto, o co-piloto e a torre de controle, assim como das informações dos instrumentos de navegação, deverá demorar pelo menos um mês. O diretor da agência, Leur Lomanto, ressaltou que os dois tripulantes tinham "bastante experiência". Mauro Almeida, diretor comercial da empresa proprietária do avião, a Team, disse que em janeiro a aeronave foi submetida a uma rigorosa manutenção de dois meses, e que o piloto Michael Peter Hutten, um ex-oficial da Força Aérea Brasileira (FAB), tinha 30 anos de experiência. A maioria dos passageiros mortos pertencia ou tinha vínculos com a Petrobras, informou a estatal em um comunicado.

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