Identificados 3 policiais citados por motoboy

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Por Bruno Tavares
Atualização:

Três dos nove investigadores apontados pelo motoboy Cleverson Rodrigo Camargo Ricardo como destinatários da propina paga por donos de caça-níqueis estão identificados pelo Ministério Público Estadual (MPE). Promotores pretendem agora usar dados das quebras de sigilo bancário e fiscal deles para verificar se possuem padrão de vida compatível com seus vencimentos. A perícia contábil e fiscal já foi pedida ao Instituto de Criminalística (IC). O depoimento do motoboy fez reabrir investigações sobre o caso Jamil Chokr - advogado suspeito de pagar propina a policiais civis, em nome da máfia dos caça-níqueis. O reconhecimento dos policiais supostamente corrompidos pelo esquema foi feito por foto. Ricardo também forneceu nomes, apelidos, características físicas e local de trabalho de outros seis investigadores. Promotores do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo trabalham para desvendar suas identidades. A Corregedoria da Polícia Civil investigou o caso por mais de um ano. Após ouvir cerca de 300 pessoas, a delegada Cíntia Maria Quaggio afirmou não ter achado indícios para ligá-las aos papéis de Chokr. Em maio do ano passado, o advogado se envolveu em um acidente na Marginal do Tietê, na altura da Vila Guilherme, zona norte. PMs que vasculharam seu Vectra blindado acharam envelopes e cerca de R$ 38 mil em dinheiro. Chokr disse ter perdido a direção do veículo ao tentar escapar de um assalto. Já o motoboy alegou que o advogado tentou atropelá-lo. Na papelada apreendida, havia menção a pagamentos regulares a oito seccionais e 84 dos 93 distritos policiais da capital. Chokr nega ter pago propina. Procurado ontem, ele não retornou ligações da reportagem.

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