A Igreja Católica da Alemanha participará da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, em uma promoção conjunta das cinco igrejas-membros do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic). Além de representantes desse organismo - formado pela Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Sírian Ortodoxa de Antioquia e Igreja Presbiteriana Unida - delegados de instituições que se dedicam aos direitos humanos se reuniram, esta semana, em São Paulo para iniciar a preparação da campanha. O tema em discussão foi o saneamento básico, sob o lema "Casa Comum, nossa responsabilidade".
"Temos umahistória relevante na Campanha da Fraternidade, que a Alemanha lançou em 1958 (seis anos antes do Brasil), numa época em que o país ainda superava os prejuízos da Segunda Guerra e começou a se interessar pela luta contra a pobreza no mundo", disse o padre Thomas Schmidt, do programa Misereor (Tenho misericórdia), de combate à fome.
"O Misereor, dos bispos alemães, quer se juntar a outras instituições para lutar contra as injustiças sociais", acrescentou o sacerdote. Segundo ele, o mundo não pode ser mais dividido em regiões ricas e pobres, pois países como os integrantes do Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) desempenham agora um novo papel no desenvolvimento econômico e social.
A Alemanha, afirma padre Schimidt, é agora ator e não precisa tanto de receber ajuda. "Temos de aprender a colaborar no mesmo nível, por exemplo na questão do acesso à água como direito humano", advertiu. Além de promover a discussão sobre o saneamento básico, o programa Misereortentará atrair a Igreja Luterana Alemã para a reflexão da Campanha da Fraternidade sobre o saneamento básico. "Há pobres também na Alemanha, embora em outro nível, pois consideramos pobres aqueles que têm uma renda inferior a 60% do salário médio alemão", observou o padre, ao justificar a luta da Igreja em favor dos excluídos.
"Nós assumimos a Campanha da Fraternidade como testemunho público conjunto", disse a secretária do Conic, Romi Bencke, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), que trabalha em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília. A partir de um planejamento conjunto, as igrejas do Conic se organizam para executar as Campanha da Fraternidade em suas comunidades. Grupos de outras igrejas evangélicas, comoBatista e a Metodista, também costumam participar, mesmo não sendo membros do Conic. Em São Paulo, o Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e à Educação Popular (Ceseep), coordenado pelo teólogoe historiador padre José Oscar Beozzo, acolheu os participantes do Conic e ofereceu subsídios para a preparação da Campanha da Fraternidade de 2016.