Igreja incendiada vai receber cobertura metálica

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Por Agencia Estado
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A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, de Pirenópolis (GO), destruída por um incêndio no início deste mês, ganhará uma cobertura metálica para proteger as paredes que restaram. Mas a polícia civil de Goiás e a Polícia Federal ainda não liberaram a área para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) iniciar as obras de emergência e evitar que as chuvas terminem de estragar o patrimônio nacional de quase três séculos. Obras de emergência A superintendente da 14ª Regional do Iphan, Salma Saddi, informou que a polícia considerou conveniente aguardar o resultado da análise dos objetos coletados no interior da igreja para ajudar a identificar as causas do incêndio. Segundo ela, é uma medida preventiva, caso sejam necessários novos testes. ?Assim que recebermos autorização, vamos retirar todo o entulho e cobrir a igreja?, adiantou Salma. O orçamento da obra de emergência na igreja deve ficar pronto nesta quarta-feira. Recomendação O Iphan vai custear a estrutura metálica, que será um pouco maior do que a própria igreja e ficará dois metros acima da cumeeira. ?O serviço de restauro ocorrerá sob a cobertura?, explicou o arquiteto do instituto Silvio Cavalcanti. Ele informou ainda que, de outubro a abril, chove bastante em Pirenópolis, distante 150 quilômetros de Brasília. A instalação da cobertura e o escoramento de algumas paredes da fachada e das torres da igreja foram recomendadas por um laudo de engenharia estrutural. Acompanhados de policiais, técnicos do Iphan fizeram uma vistoria preliminar, coordenada pela engenheira Silvia Puccioni, especialista em taipa de pilão, adobe e tijolo maciço, materiais empregados na igreja, que começou a ser construída em 1732. Só sobraram as paredes O incêndio consumiu todo o telhado, que era revestido por material plástico para evitar que goteiras estragassem o interior da igreja. O fogo também destruiu pinturas do teto da capela-mor, altares de madeira folheados a ouro, móveis, anjos e o piso de madeira. Só sobraram as paredes, que já foram isoladas por tapumes, além de algumas imagens trazidas de Portugal, como a da padroeira de Pirenópolis, Nossa Senhora do Rosário. A igreja foi tombada como patrimônio nacional 61 anos atrás. Entre 1996 e 1999, a obra passou por uma restauração que custou US$ 1 milhão. Os recursos foram captados com base na Lei de Incentivo à Cultura. Entre outros objetos localizados pela perícia da Polícia Civil na igreja incendiada estavam dois botijões de gás, um de 13 quilos e outro menor, ambos retirados intactos dos escombros. O laudo oficial sobre a causa do acidente poderá ser divulgado na próxima semana.

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