IML confirma que garota foi agredida

Austríaca de 4 anos tinha lesões causadas em ocasiões diferentes

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Por Pedro Dantas e RIO
Atualização:

O laudo do Instituto Médico-Legal de Duque de Caxias (Baixada Fluminense) confirmou que a menina austríaca Sophie Zanger, de 4 anos, vinha sendo vítima de maus-tratos, pois apresentava hematomas recentes e antigos pelo corpo, um deles com 15 centímetros. A criança tinha ainda uma "cicatriz cirúrgica" no crânio que indica uma pancada antiga na cabeça, segundo a polícia. O laudo aponta "trauma cranioencefálico por ação contundente" como causa da morte da criança, ocorrida dia 19, mas não conclui se o ferimento foi provocado por queda ou golpe. O laudo confirmou o depoimento da enfermeira Deise Bastos à polícia. Ela ajudou no atendimento de Sophie na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Cruz (zona oeste), onde a menina deu entrada em coma no dia 12. O documento aponta lesões no ombro direito, coxa, perna esquerda e glúteos. A cor diferente das equimoses indica que as agressões ocorreram em datas diferentes. Sophie morava com a tia, Geovana dos Santos, de 42 anos, que tinha a guarda provisória da vítima e do irmão, R., de 12 anos, desde dezembro de 2008, após a mãe deles, Maristela dos Santos, de 40, ter saído de casa. Em janeiro de 2008, ela trouxe os filhos ao Brasil sem a autorização do ex-marido, o austríaco Sasha Sanger. A menina deu entrada na UPA levada por uma vizinha e pela filha de Geovana, Lílian dos Santos, de 21 anos, que cuidava dela e do irmão. Lílian informou aos médicos que a menina havia escorregado e caído durante o banho, mas logo a equipe descobriu vários hematomas no corpo da criança. Sophie morreu sete dias depois no Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias. O delegado titular da 36ª Delegacia de Polícia, Agnaldo Ribeiro da Silva, quer colher mais depoimentos, mas deve indiciar por crime de tortura Geovana e Lílian e pedir a prisão preventiva de ambas. "O laudo caracteriza no mínimo maus-tratos e quiçá tortura. Vamos ouvir os vizinhos para confirmar que as agressões eram constantes", afirmou o delegado. Ele anunciou que concluirá o inquérito na terça-feira.

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