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Imóvel com foco do mosquito da dengue pode levar multa

Por Agencia Estado
Atualização:

A Procuradoria Geral do Município do Rio de Janeiro está redigindo um novo decreto para dar poder à Secretaria Municipal da Saúde de multar donos de imóveis abandonados que podem estar servindo de abrigo para focos do mosquito Aedes aegypti, o transmissor da dengue. Segundo o procurador-geral, Júlio Horta, até o fim da semana o texto deverá ficar pronto. Ele será enviado ao prefeito César Maia e, se ele aprovar, poderá ser colocado em prática imediatamente. O valor das multas ainda não foi estipulado. "Não nos interessa arrecadar, mas sensibilizar a opinião pública para que o cidadão tenha consciência de sua cidadania e responsabilidade", afirmou o subsecretário da Saúde Mauro Marzochi. "Essa idéia surgiu porque temos um problema gravíssimo de empresas e casas abandonadas. E imaginamos que há casas com piscinas, água acumulada, vasos de plantas, tudo isso representa um perigo." Até hoje, o número de vítimas de dengue na cidade do Rio era de 2.777 casos - 47 hemorrágicos e cinco mortes. No Estado, o total registrado no último balanço de sexta-feira era de 6.676 casos. Hoje, o secretário estadual da Saúde, Gilson Cantarino, disse que o Estado deverá fechar o mês de janeiro com 10 mil casos de dengue e acredita que o Rio está vivendo a terceira epidemia da história em número de casos, perdendo apenas para as registradas em 1987 e em 1991 - quando foram notificados, respectivamente, 59 mil e 85 mil casos da doença. "Esta epidemia já é a terceira de todos os tempos. Por isso, temos de unir forças e acabar com o mosquito", disse Cantarino. O secretário anunciou uma operação conjunta das secretarias da Saúde e de Segurança Pública para lutar contra o mosquito. A partir de fevereiro, 2020 reservistas da paz - jovens que trabalham como bolsistas na área administrativa da polícia- vão atuar como agentes de saúde e visitar cerca de 1 milhão de casas durante dois meses para acabar com as larvas do mosquito e ensinar os moradores a evitar a proliferação do Aedes no futuro. Os reservistas já foram selecionados, mas, antes de ir para a rua, receberão treinamento durante uma semana e meia. "Esperamos que eles entrem em ação depois do carnaval, mas ainda não temos uma data marcada", disse o secretário. "Mas garanto que vamos fazer a cobertura de 1 milhão de casas e jogaremos 50 toneladas de larvicida." A ação estadual deverá reforçar outra operação de combate à dengue que já está em andamento e é organizada pela Fundação Nacional de Saúde. A partir do próximo dia 4, cerca de 2 mil agentes (mil da prefeitura e mil do ministério) vão circular pela Região Metropolitana para tentar destruir focos do mosquito. A dengue 3, como foi chamada, vai contar ainda com o apoio do Exército. Cerca de 600 soldados vão ajudar no transporte, alimentação e alojamento desses agentes. "Nossa intenção é unir esforços com o município, não é fazer uma operação isolada, mas ajudar a ação do governo federal e do municipal", afirmou o secretário.

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