Impasse pode anular 1,5 milhão de votos no Rio

Na disputa eleitoral graças a uma liminar, Anthony Garotinho deve ser o candidato mais votado para deputado federal no Estado

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Por Gabriela Moreira
Atualização:

Com o impasse no Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da Lei da Ficha Limpa, o destino de cerca de 1,5 milhão de votos deverá ficar indefinido no Rio. Esta é a votação estimada pelo Partido da República para o ex-governador Anthony Garotinho, que concorre a deputado federal nas próximas eleições.Concorrendo respaldado por uma liminar que suspendeu processo que poderia torná-lo inelegível, Garotinho deve ser o candidato mais votado pela população fluminense, avaliam dirigentes da legenda. Pelas contas do partido, com os votos do ex-governador, outros cinco candidatos devem ser eleitos. "Devemos fazer 12 deputados federais. Só com os votos do Garotinho, devem entrar seis", prevê o secretário-geral do PR, no Rio, Adroaldo Peixoto, que é candidato a deputado estadual. Se a inelegibilidade do ex-governador fluminense for mantida, todos os votos recebidos por ele na legenda serão anulados. "Sinceramente, não trabalhamos com essa possibilidade. Sou advogado e digo que não há provas de que o Garotinho tenha malversado o dinheiro público. Não tem nada contra ele", argumentou Peixoto. Em maio, Garotinho foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) por abuso de poder econômico na eleição municipal de 2008. Não fosse a liminar, seus direitos políticos estariam cassados até 2011. Segundo Peixoto, sem contar os votos do ex-governador, o partido deve receber cerca de 1,4 milhão, quase a mesma quantidade que Garotinho deve atingir, pelas contas da legenda. "Nossa expectativa é eleger deputados com 20 mil votos, enquanto o PMDB vai precisar de 80 mil para um só candidato", afirmou o secretário-geral. "São Paulo tem o Tiririca e o Rio tem o Garotinho. A diferença é que o nosso é um homem sério, enquanto o paulista leva tudo na brincadeira", criticou Peixoto, que é do mesmo PR de Tiririca. "A candidatura dele é um absurdo, não é porque é do meu partido que eu não vou criticar."

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