Imperatriz, Mangueira e Portela, as favoritas no Rio

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Por Agencia Estado
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A Imperatriz Leopoldinense também se candidatou à disputa do título do carnaval carioca de 2004, com o desfile exuberante apresentado na Avenida Marquês de Sapucaí, na madrugada de hoje. Ela divide com Mangueira e Portela o favoritismo pela conquista. Mas não se pode afirmar que a vencedora sairá dessa lista tríplice. Beija-Flor e Viradouro correm por fora e o Império Serrano, a mais alegre de todas as 14 agremiações nos dois dias de desfile, merece pelo menos voltar sábado para a apresentação das campeãs ? as seis primeiras se classificam para a nova exibição. A chuva torrencial desde a noite de segunda-feira, no Rio, acabou prejudicando o desempenho de algumas escolas no segundo dia de desfiles do Grupo Especial. Beija-Flor e Viradouro foram as que mais sofreram com o mau tempo e as fantasias de seus componentes perderam em brilho e beleza. Das grandes que se apresentaram por último, a Mocidade Independente de Padre Miguel está praticamente fora da disputa. Ela fez um desfile burocrático e deve ter problemas com evolução e harmonia. Foi impressionante a seqüência de alas com um colorido espetacular que a Imperatriz levou à Sapucaí para contar a importância do pau-brasil para o País. A cidade de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, foi incluída no enredo da escola de Ramos, bairro da Leopoldina, por ter sido o primeiro entreposto para o comércio da árvore, da qual se extrai o poderoso corante de cor vermelha. Em troca, a Verde-e-Branco recebeu da prefeitura da cidade litorânea cerca de R$ 300 mil. Como de costume, a carnavalesca Rosa Magalhães caprichou nos suntuosos carros, muitos dotados de efeitos especiais. Eles retrataram o Oriente, o fogo, a bruxaria. A bem coreografada comissão de frente, com componentes vestidos de bruxos, mereceu aplausos dos espectadores. Enquanto a escola dava um show, a modelo Luiza Brunet era ovacionada pela platéia. Aos 41 anos, 24 de carnaval, a madrinha de bateria da Imperatriz ?hipnotizava? pela graça e beleza. Encanto maior, porém, coube ao Império Serrano. Embalado por 40 anos de memória do samba-enredo Aquarela Brasileira, a escola teve seu desfile conduzido pelo público da Sapucaí, num dos momentos talvez mais emocionantes do carnaval do Rio. Mesmo agigantada por quase 5 mil componentes e fantasias que, por vezes, davam um aspecto "espremido" às alas, a escola de Madureira, próxima ao morro da Serrinha, passeou pela avenida, alegre e irreverente. Pela parceria que conseguiu com o público, inclusive com os normalmente apáticos e caros setores turísticos, o Império merece voltar no Desfile das Campeãs, mas dificilmente se candidatará ao título. Principalmente porque, depois de quatro décadas, não é a emoção de um samba que decide o campeonato, mas a perfeição do show. E neste quesito, tem muitas falhas a computar. A principal delas, com certeza, deve tirar da escola pontos preciosos.

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