Um incêndio que começou no subsolo do Edifício Rio Paraná, na Rua Visconde de Inhaúma, no centro do Rio, matou a dona da agência ITER Viagens e Turismo, Beatriz de Gusmão Selasco, de 66 anos. Ela trabalhava no 15º andar do prédio comercial. "Não tinha luz de emergência nos corredores. As pessoas não conseguiam sair e os bombeiros demoraram a chegar", afirmou um dos funcionários da agência no Hospital Souza Aguiar, também no centro do Rio, para onde Beatriz foi levada em estado grave. Intoxicada pela fumaça, a empresária sofreu uma parada cardíaca e não resistiu. Segundo funcionários, ela sofria de problemas respiratórios. Outras 22 pessoas foram atendidas no Souza Aguiar. O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Machado, disse que a explosão foi provavelmente provocada por um curto-circuito nos relógios de luz de alta tensão da casa de máquinas. "O maior problema que tivemos foi a fumaça, que subiu pela escada e pela galeria do elevador", disse o coronel. Em pânico, funcionários foram orientados pelos bombeiros a subir para o terraço. Cerca de 2 mil pessoas entram e saem por dia do prédio. Juliana Riquelme, de 34 anos, trabalhava no 18º andar e contou que o fogo começou por volta das 14 horas. "Desci até o 13º, mas não agüentei mais. Procurei uma sala com pouca fumaça e esperei até as 17 horas para ser retirada pelos bombeiros." CÓDIGO DE SEGURANÇA O edifício não tem sistema de portas corta-fogo nas escadas de emergência. "Os administradores do prédio serão notificados", afirmou o coronel Machado. O objetivo é fazer com que a estrutura seja adequada ao Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico, que é de 1976. "O prédio foi construído antes da criação do código, provavelmente na década de 60. Eles terão de se adequar." Uma perícia feita no local deverá apontar as causas do incêndio.