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Incêndio na Ceasa causa prejuízo de R$ 15 milhões

Por Agencia Estado
Atualização:

Comerciantes com lojas no pavilhão 24 da Ceasa, no Irajá, zona norte, estimam em R$ 15 milhões o prejuízo causado pelo incêndio que atingiu 80% da área do prédio. Foi o segundo caso em menos de nove meses. Em julho de 2001, o pavilhão 41 foi destruído. O fogo, que começou por volta das 21h de ontem, alcançou também uma agência do bancária. A PM reforçou a segurança para evitar saques, como os que ocorreram no ano passado. A causa do fogo ainda não é conhecida, mas a suspeita é de curto-circuito. O trabalho dos bombeiros continuará por quatro dias. No auge do combate ao fogo, 160 homens e 35 veículos foram mobilizados. De acordo com o presidente da Ceasa, Élio de Souza, esse foi o sexto grande incêndio no local desde sua fundação, em 1974. O secretário estadual de Agricultura, José Marcos Castilho, esteve na Ceasa e prometeu mais rigor na fiscalização da central de abastecimento, onde materiais inflamáveis, como óleos comestíveis e papel, são estocados de modo irregular. O que restou do pavilhão será demolido e um novo prédio, erguido ao custo de R$ 3 milhões, será coberto por seguro. Castilho pediu agilidade nos laudos periciais necessários para o início da obra. O pavilhão 41 até hoje não foi reconstruído por problemas com a empresa seguradora. Dezenove comerciantes ocupavam 46 boxes (dos quais 32 foram destruídos) no pavilhão 24, distribuídos em 5.950 metros quadrados. "A gente não sabe como vai ser nosso futuro. Só sei que nossas vidas estão debaixo dos escombros. Não estamos conseguindo nem raciocinar", disse, chorando, o comerciante Sérgio da Silva Vieira, de 28 anos. No total, 400 pessoas trabalhavam no local. Vieira, que tem como sócio o pai, Porfírio Martins Vieira, de 65 anos, 28 na Ceasa, emprega 44 funcionários. Os dois perderam 60 mil dúzias de ovos, cereais e computadores, e calculam o prejuízo em R$ 1,5 milhão. Gérson Carvalho, de 41 anos, perdeu nove frigoríficos. "É incalculável, não tenho idéia do prejuízo." Pior sorte teve Manoel Batista, de 52. Ele perdeu uma loja no incêndio do ano passado e havia se transferido para o pavilhão 24. "O problema é que o prédio tem 28 anos. Agora, vamos começar tudo de novo." O major Mauro Pimentel, do Corpo de Bombeiros, disse que a arquitetura dos pavilhões facilita a propagação do fogo. "É como se fosse um acendedor. O vento bate e a chama se espalha", explicou, referindo-se ao teto do prédio, em forma de abóbada. Já a estrutura das pilastras de sustentação provoca efeito dominó: quando uma cai, derruba as outras. O pavilhão também não estava adequado às normas do Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico, em vigor desde 1976, dois anos depois da inauguração da Ceasa. Uma das substâncias estocadas no pavilhão é o carbureto, usado para apressar o amadurecimento de frutas. Em contato com água, o carbureto torna-se explosivo.

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