Incor proíbe cafeteiras para evitar risco de incêndios

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Por Marici Capitelli
Atualização:

O Instituto do Coração (Incor), na zona oeste de São Paulo, proibiu os funcionários de utilizarem cafeteiras elétricas, prática adotada em grande parte do hospital há mais de uma década. A medida foi tomada anteontem e pegou os 3.200 trabalhadores de surpresa. A direção não quis falar sobre o assunto. Para os funcionários, a medida só tem um motivo: evitar incêndios como o que atingiu o Prédio dos Ambulatórios do Hospital das Clínicas, na véspera do Natal. O comunicado informa que "está proibida a instalação de cafeteiras nas áreas de trabalho, como forma de prevenção de acidentes e incêndios". "Chegaram a proibir há dez anos, mas com o tempo, a medida foi relaxando e quase todos os setores têm sua cafeteira", contou um funcionário antigo. Os trabalhadores dizem que elas funcionam a todo vapor em em unidades como as Secretarias de Pneumonia e do Tórax, no centro cirúrgico e na UTI cirúrgica. De acordo com especialistas, uma cafeteira tem potência média de mil watts, o que equivale a 10 lâmpadas acesas. "O perigo só existe em decorrência de falhas na manutenção. Caso contrário, se tudo estiver em perfeito estado de conservação, um dispositivo automaticamente desliga os aparelhos quando há excessos de carga", diz o presidente da Associação Brasileira de Conscientização dos Perigos Elétricos (Abracopel), Edson Martinho. Aquiles Grimoni, professor do Instituto de Eletrotécnica da Universidade de São Paulo (USP), diz que "qualquer eletrodoméstico ligado é passível de curto circuito", desde que a estrutura elétrica não esteja preparada para a demanda. "Nesse sentido, o pedido para desligar os aparelhos é preventivo. Mas, se o intuito é evitar incêndios, o ideal é que seja feita uma reavaliação dos cabos para verificar se não há necessidade de redimensionar a rede."

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