Indenização pode chegar a US$ 750 mi

Estimativa, parcial, é das seguradoras envolvidas na operação

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Por Andrei Netto
Atualização:

O montante total da indenização relativa à tragédia deve ficar entre US$ 330 milhões e US$ 750 milhões - em caso de recurso à Justiça -, segundo as seguradoras envolvidas na operação. A estimativa engloba desde o valor que será pago às famílias de passageiros até o ressarcimento ao qual a Air France tem direito pela perda do A330-200 que realizava a rota Rio-Paris. O parecer, ainda provisório, tem por base a Convenção de Montreal, que não estipula teto em caso de acidentes com comprovada falha técnica - daí a importância das discussões sobre a eventual falha dos sensores de velocidade do aparelho. Caso o valor máximo estimado se confirme, a compensação será a maior da história da aviação, superando o acidente com o A300 que realizava o voo 587 da American Airlines, antes de cair sobre residências do bairro de Queen?s, em Nova York, em 12 de novembro de 2001, levando à morte 261 pessoas. Em valores atuais, a indenização paga por esse desastre chega a US$ 708 milhões. As estimativas sobre o valor das compensações financeiras pelo voo foram obtidas pelo jornal Le Monde, com base nos cálculos dos seguradores e resseguradores envolvidos - AXA, AIG, Swiss Re, Allianz e Global Aerospace Underwriting Managers, entre outros. Os passageiros são cobertos pelo pool de seguradores da companhia, enquanto a perda dos tripulantes - incluindo o brasileiro Lucas Gagliano, de 24 anos - será coberta por contratos de acidente de trabalho. Há ainda no montante cálculos como o ressarcimento à companhia aérea pela perda do Airbus A330, segurado em 67,4 milhões, embora seu preço real seja de 143 milhões. De acordo com as seguradoras, os parentes de vítimas estão sendo contactados e informados dos direitos. As famílias passarão a receber em breve auxílios financeiros para cobrir os primeiros impactos causados pelo desaparecimento dos 216 passageiros. TAM Ontem, em Paris, em sua primeira entrevista, o embaixador nomeado pela França para acompanhar as famílias, Pierre-Jean Vandoorne, afirmou que recebeu informações preliminares do Ministério da Justiça do Brasil sobre a "experiência jurídica" do País na análise do acidente da TAM em São Paulo. O diplomata, porém, se recusou a dar mais detalhes sobre a conversa. "Tivemos um primeiro contato a respeito. Foi uma experiência que eu, pessoalmente, considero interessante. Mas não caberá a mim decidir sobre isso."

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