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Índio está há mais de 24 horas em cima de árvore em protesto no Rio

Bombeiros tentam retirar manifestantes que protesta contra a retirada de indígenas do antigo Museu do Índio; ativistas arremessaram saco com biscoito e água para o colega, que não se alimentava desde segunda-feira

Por Marcelo Gomes
Atualização:

RIO - O índio Urutau José Guajajara já está há mais de 24 horas em cima de uma árvore para resistir à desocupação do prédio do antigo Museu do Índio, nas imediações do Estádio do Maracanã, zona norte do Rio de Janeiro.

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Por volta das 9h40 desta terça-feira, o tenente-coronel Sarmento, do Corpo de Bombeiros, pediu que algum manifestante subisse na árvore junto com ele para convencer o índio a descer. "Ele está muito debilitado. É caso de risco de vida", disse o oficial. Os cerca de 30 manifestantes que passaram a madrugada no local, no entanto, recusaram a oferta. "Se vocês estivessem preocupados com a saúde do Urutau, nos deixariam dar comida e água a ele", disse Potira Guajajara, mulher do indígena.

 

Ele está a cerca de quatro metros de altura, apoiado em galhos. Do alto, Urutau avisou que só desce se os policiais militares do Batalhão de Choque deixarem o local.

Por volta das 8h30, os ativistas - que estão a uma distância de cinco metros da árvore, que está cercada desde a manhã de segunda-feira - conseguiram entregar a Urutau um pacote de biscoito de água e sal e água. A comida foi colocada dentro de um saco plástico, que foi arremessado com um barbante. Foi a primeira vez que o índio se alimentou desde a manhã de segunda, quando subiu na árvore.

Antes disso, os ativistas ficaram meia hora tentando jogar comida para ele, sem sucesso. Os sacos plásticos caíram no chão ou se chocavam contra a árvore.

Nesta manhã, 12 policiais do Batalhão de Choque estão na área gradeada. Um caminhão do Corpo de Bombeiros com escada magirus também permanece no local. Alguns bombeiros estão no interior do prédio do antigo Museu do Índio.

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