SÃO PAULO - Os cerca de 250 índios que mantinham reféns 280 funcionários do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Dardanelos, em Aripuanã (MT), no noroeste mato-grossense, a 1.050 quilômetros de Cuiabá, aceitaram, por volta das 19h30 de domingo, 25, trocar todos os reféns por seis engenheiros e gerentes de setor, que se ofereceram para ficar no lugar dos trabalhadores braçais. "O clima está tranquilo no local. Inclusive já retiramos as nossas viaturas e voltaremos para a usina por volta das oito horas da manhã desta segunda-feira. Os reféns estão no pátio, onde ficam o alojamento, o refeitório, a farmácia etc ", afirmou o capital Sebastião Taques do Espírito Santo, comandante da Companhia Independente da Polícia Militar de Aripuanã. Ainda segundo o oficial da PM, está prevista para as 11h30 uma reunião entre os indígenas e uma comissão, formada por representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e agentes da Polícia Federal. O policial afirma que os 10 milhões de reais noticiados pela imprensa como sendo a reivindicação dos indígenas não partiu de nenhum dos que invadiram a hidrelétrica. "Eles (os índios) ao saberem do valor que vem sendo anunciado ficaram um pouco agitados, pois não sabem de onde partiu essa informação. Eles ainda esperam pela reunião desta segunda-feira", completou o capitão. Pintados para a guerra e armados com flechas e tacapes, os índios, de onze etnias, invadiram, na manhã de domingo, 25, o canteiro de obras e reivindicariam uma compensação financeira pela inundação de áreas indígenas e a interrupção dos projetos de expansão da produção energética por meio de pequenas centrais (PCHs) previstas ao longo do rio Juruena, que corta as reservas.