PUBLICIDADE

Infraero não dá prazo e CNI cobra solução para crise aérea

Presidente da Infraero contraria pedido de Lula e diz que não tem como determinar dia e hora em que a crise vai terminar; indústrias temem desempenho econômico

Por Agencia Estado
Atualização:

Um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter cobrado o dia e a hora para que o apagão aéreo chegue ao fim, o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, disse na quarta-feira, 28, que ?é impossível? fazer uma previsão desse tipo. Enquanto isso, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) cobrou do governo a solução para a crise do setor aéreo, sob pena de os atrasos nos pousos e decolagens influírem no desempenho econômico. Para o presidente da Infraero, ?é uma previsão difícil de fazer, de dizer, dia 27, terça-feira, 10 horas, vai estar tudo concluído, tudo certinho. Isso aí é impossível de se prever.? Ele ressalvou que, com as medidas que serão tomadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Aeronáutica e Infraero, ?muita coisa será amenizada em curtíssimo prazo?. As declarações do brigadeiro foram feitas na saída do Palácio do Planalto, após reunião, com o presidente Lula, em que a Gol anunciou a compra da Varig. O brigadeiro José Carlos citou que, no caso da Infraero, as suas prioridades são os aeroportos de São Paulo: Congonhas e Guarulhos. ?Queremos pressa absoluta na conclusão dos trabalhos, pista, equipamentos, navegação e auxílio. Temos também que completar a instalação de três equipamentos VOR, que são vitais para a navegação aérea?, declarou. Na sexta-feira, 30, será realizada uma reunião às 10 horas, no ministério da Defesa, quando serão apresentados os diagnósticos preliminares da Infraero, Aeronáutica e Anac. No encontro, cada área apresentará o soluções para crise. Mas uma medida que poderá ajudar a deflagrar o processo de desmilitarização também será apresentada por Pereira na reunião de sexta: que todos os controladores de nível 1, de 22 aeroportos menores, passem a ser da Infraero. Com isso, 1.500 controladores militares seriam liberados para voltar para a FAB. As outras prioridades da Infraero são Galeão, onde é necessário recuperar rapidamente as luzes de aproximação, ILS, balizamento, e Curitiba - melhorias no ILS. Controladores de vôo civis poderão fazer uma assembléia para discutir greve, no Rio, na próxima segunda-feira. Os controladores civis do grupo Dacta são apenas 220 no Brasil, mas representam 40% do efetivo do Galeão. Eles querem a desmilitarização do setor. Mais cobrança Por meio de um anúncio nos principais jornais do País, a CNI cobrou do governo a solução para a crise do setor aéreo, sob pena de os atrasos nos pousos e decolagens influírem no desempenho econômico. A carta da CNI afirma que o setor industrial está apreensivo com a crise nos aeroportos e que a persistência dos atrasos cria um clima de ?incerteza? que traz conseqüências negativas à economia. O principal impacto, segundo o documento, diz respeito aos transportes de carga, de suprimento e de distribuição. Nesse caso, os problemas afetam as indústrias que trabalham com estoques pequenos, no regime just in time. A crise aérea do País também afeta a agenda de negócios dos empresários que dependem de avião. De acordo com o documento, problemas decorrentes da crise - como o aumento do tempo de viagem e o adiamento de reuniões de trabalho, vendas e negócios - podem prejudicar as empresas. A CNI cita o fato de o transporte aéreo ser um importante indutor de crescimento econômico e que a manutenção da crise por mais tempo pode contribuir para inibir o crescimento do País. Para concluir a manifestação pública, a confederação cobra do governo a apresentação de um plano de reestruturação do setor aéreo, com objetivos e metas, além de medidas urgentes para restabelecer a tranqüilidade aos aeroportos brasileiros.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.