Inglesa é morta e esquartejada

Acusado, namorado confessa crime, diz polícia; garota iria denunciá-lo por tráfico de drogas

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Por Rubens Santos e GOIÂNIA
Atualização:

A estudante inglesa Cara Marie Burke, de 17 anos, foi morta com uma facada no coração e depois esquartejada pelo namorado, o desempregado Mohammed Ali Carvalho dos Santos, de 21, em Goiânia (GO). Preso, ele confessou ontem o crime, ocorrido na madrugada de domingo. "Eu a matei, sim, e esquartejei para facilitar o transporte", disse Ali, segundo a polícia. Nascido em Goiânia, Ali é o filho mais novo de um ex-policial, Lázaro José dos Santos, morto a tiros há 15 anos. Santos, fã de boxe e artes marciais, registrou o filho mais velho como Bruce Lee. A estudante e o desempregado moravam em um apartamento de dois quartos, alugado há cinco meses no Residencial Marconi, no Setor Leste Universitário. "O relacionamento deles era normal", disse Felipe Dias, amigo de Ali desde a infância. "A Cara era muito tranqüila, gostava de andar de moto, mas nos últimos tempos queria voltar para casa, em Londres." Segundo ele, era comum o uso de drogas como crack e cocaína. "Não sei quais drogas ele não usava", comentou. O casal se conheceu em Londres no inicio do ano, por meio de um amigo comum. De acordo com a Polícia Civil, a morte começou a ser tramada por Ali quando Cara Marie decidiu voltar para Londres, o que tornou impossível o sonho dele de casar-se para obter cidadania e passaporte do Reino Unido. "Eles eram amantes e ele fazia uso e tráfico de drogas", disse o delegado Jorge Moreira, responsável pelo caso. "A menina veio de Londres para morar com ele em Goiânia, mas se desentenderam", comentou o delegado. "Ela ameaçou denunciá-lo e ele decidiu se vingar, matando-a e escondendo o corpo", afirmou. Por volta das 5 horas de domingo, Ali acertou uma facada na garota. Ele cortou o corpo em cinco pedaços. Quando terminou, e apressado para ir a uma festa, colocou a cabeça da menina sobre o peito dela, e tirou uma foto com o celular como se fosse um troféu. INVESTIGAÇÕES Na volta da festa, embalou as peças em sacos plásticos. Para eliminar resíduos, lavou o apartamento. Após dormir, e visitar dois de seus amigos, saiu no Monza de um deles para espalhar pela cidade os pedaços do corpo da garota . As investigações tiveram início há quatro dias, quando apareceu um corpo sem a cabeça, braços e pernas, à beira de uma estrada às margens do Rio Meia Ponte, na Grande Goiânia. As pernas e braços de Cara teriam sido jogados dentro de um córrego em Bonfinópolis, distante cerca de 40 quilômetros de Goiânia. Levado para o Instituto Médico-Legal, o corpo foi reconhecido por uma amiga de Cara, em Londres, via internet, pela tatuagem abaixo da nuca com o desenho de um coração, duas setas e as inicias M.V.M.. A polícia de Goiânia ainda está procurando os restos do corpo de Cara.

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