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Instituto suspeito de irregularidade com cadáveres é fechado

Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Civil de Ipatinga (MG) interditou, esta semana, o Instituto de Anatomia Patológica da Faculdade de Medicina do Vale do Aço (Univaço), depois de receber uma série de denúncias anônimas segundo as quais a instituição estaria utilizando, para estudos dos alunos, corpos e órgãos de vítimas de homicídios e de acidentes - o que é proibido pela lei federal 8.501/.92. Segundo o delegado que cuida do caso, Elder Chantal, as denúncias partiram dos próprios estudantes da faculdade, criada há cerca de dois anos e meio. Os alunos perceberam que os cadáveres nos quais eram feitas dissecações e outros procedimentos apresentavam perfurações de balas, facadas e indícios de acidentes. Com base nestas informações, o policial requereu um mandado de busca e apreensão, na segunda-feira, e foi ao local verificar a situação. "Encontramos mais de 25 corpos e, como não tinhamos condições se saber se os cadáveres eram de vítimas de homicídios e acidentes, interditamos o Instituto para os trabalhos de um perito", disse. Hoje, uma médica legista indicada pela polícia fez a vistoria dos corpos e deve divulgar laudo nos próximos dias. Uma das suspeitas é de que os cadáveres e órgãos estejam sendo comprados ou mesmo doados por Institutos Médicos Legais, como o de Governador Valadares, no leste de Minas Gerais, por funcionários e médicos responsáveis pela Faculdade. "Ainda não temos elementos para provar ou não que isso esteja acontecendo", afirmou o delegado. A direção da Univaço divulgou nota na qual sustenta que as denúncias são ´infundadas" e que está colaborando para que o caso seja esclarecido rapidamente, para que possa reabrir o Instituto de Anatomia Patológica. Além das acusações de uso irregular de corpos, a Faculdade de Medicina da Univaço corre risco de ser fechada por conta de uma ação movida pelo Ministério Público de Minas Gerais. De acordo com o MP, a autorização para funcionamento do curso, dada pelo Conselho Estadual de Educação, dizia respeito a uma unidade a ser instalada em João Monlevade, e não na vizinha Ipatinga.

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