Intervenção branca na Anac será maior

Seis ministros estarão no Conac para impor diretrizes à agência

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Por Brasília
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Na impossibilidade de se livrar dos cinco diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) - amparados pela estabilidade da lei que lhes confere um mandato para o exercício do cargo -, o governo decidiu aprofundar a intervenção branca na agência. A tarefa será exercida pelo Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac), que ganhará o reforço de pelo menos seis ministros, encarregados de ditar a política para o setor aéreo que a Anac será obrigada a seguir. "O time da Anac é muito ruim, mas vamos enquadrar todo mundo. A idéia é manter a agência sob rédea curta, marcando essa diretoria sob pressão", disse ontem ao Estado um dos ministros que têm participado dos debates, no Planalto, sobre o caos aéreo e a busca por soluções de curto prazo. Além do novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, terão voz no Conac os titulares da Casa Civil, Dilma Rousseff; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge; da Fazenda, Guido Mantega; do Planejamento, Paulo Bernardo e do Turismo, Marta Suplicy. O Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea, criado pela Aeronáutica há menos de um ano com sede no Rio, também terá papel de destaque nova estrutura. "O governo vai chamar as companhias aéreas, a Anac e a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) e transformar este centro (da Aeronáutica) em instância técnica para subsidiar as decisões do Conac", contou o ministro. MUDANÇAS Setores do governo e do PT chegaram a defender a tese da "mudança geral", que negociaria a renúncia coletiva da diretoria da Anac. Também foi cogitada uma mudança na lei que criou a Anac, em 2005, para permitir a troca da diretoria. Segundo o ministro que acompanha o assunto, porém, em nenhum momento o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs a demissão de todos os diretores da agência. "Tirar todo mundo de lá é muito complicado. O jeito é a gente definir a política e obrigar a Anac a cumprir o que for determinado", disse outro colaborador de Lula. A preocupação do governo é manter intactas as regras que regulam o setor, para não gerar instabilidade e afugentar investidores. Afinal, não quer comprometer a intenção de abrir o capital da Infraero ao setor privado.

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