Invasão de DP pode gerar expulsão de delegados e PMs

Secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, pediu ao comandante-geral da PM, Roberto Dini, rigorosa apuração da invasão de 20 PMs ao 54º DP, em SP

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Por Agencia Estado
Atualização:

A invasão de 20 PMs na noite de sábado no 54º Distrito Policial (DP), na Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, seguida de ameaças a um advogado, ao público e à equipe de plantão da delegacia geraram uma crise entre as Polícias Civil e Militar. O secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, reuniu-se na segunda-feira com o comandante-geral da PM, Roberto Diniz, e com o delegado-geral de Polícia, Mário Jordão Toledo Leme. Ele pediu uma rigorosa apuração dos fatos. Quatro delegados e 20 PMs podem ser afastados. Marzagão deixou claro que não vai mais tolerar desentendimento entre as duas corporações. Em nota divulgada no início da noite de segunda, o secretário informou, sem explicar os detalhes, que ?já tomou providências para evitar que tais acontecimentos se repitam?. Os 20 PMs foram chamados na segunda à sede do 28º Batalhão, na zona leste, e não trabalharam. Eles podem ser afastados. O mesmo pode acontecer com quatro delegados. São eles Renato Marco Porto, que estava como delegado de plantão permanente na área da 8ª Seccional; Marcos César, delegado do Centro de Operações da Polícia Civil (Cepol); Nair Silva de Castro Andrade, titular do 54º DP, e o plantonista Anderson Filik. Segundo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), Aldo Galiano Júnior, a Corregedoria da Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso. Galiano afirmou que os quatro delegados não comunicaram o episódio para seus superiores hierárquicos, no caso o delegado-geral Mário Jordão Toledo Leme. A invasão Tanto Toledo Leme quanto Aldo Galiano souberam do episódio na segunda, por meio da imprensa. A invasão ao 54º DP aconteceu na tarde de sábado, após um desentendimento entre PMs e a equipe de policiais civis no plantão, da delegacia, por causa de uma ocorrência de receptação de veículos. Estavam no plantão o delegado Anderson Filik, 28 anos, o escrivão Sylvio Vicente Volk Filho, 36 anos, e a investigadora Antonia Auriluce de Almeida, 42 anos. Segundo a Polícia Civil, a invasão teve início depois que o tenente Ueslei Portilho Mateus, 26 anos, discutiu com o delegado. Filik determinou que os PMs envolvidos na ocorrência de receptação preservassem o local onde foram apreendidos e detidos dois rapazes e um adolescente, até a chegada da perícia. O tenente insistiu em retirar seus subordinados do local da apreensão, num sítio na Cidade Tiradentes. Ele e outros 20 PMs foram acusados de invadir a delegacia, ameaçar e xingar o delegado e sua equipe. A população correu assustada com medo dos policiais militares. Algumas pessoas que estavam no DP foram expulsas pelos PMs. O advogado José Arruda Egídio, 45 anos, quase foi agredido pelo cabo Ricardo Aparecido franco 31 anos. Um soldado foi acusado de ameaçar o advogado de morte.

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