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Investigação em Mariana ainda não inclui visita ao local de desmoronamento

Falta de segurança para chegar ao ponto de rompimento das barragens atrasa investigação sobre causas da tragédia

Por Bruno Ribeiro
Atualização:
  Foto: Antonio Lacerda | EFE

MARIANA - O trabalho de perícia da polícia para ajudar na apuração das responsabilidades sobre o desmoronamento das barragens da empresa Samarco em Mariana (MG) ainda não incluiu vistoria nos pontos do rompimento. Segundo a Polícia Civil, técnicos sobrevoaram o ponto das rupturas, mas a falta de segurança impede o acesso ao local.

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“Os peritos visitaram os locais dos desabamentos e eu solicitei, informalmente, as plantas das barragens à Samarco”, diz o delegado Rodrigo Bustamante, da Delegacia Regional de Ouro Preto, responsável por Mariana.

Paralelamente ao trabalho de perícia, a polícia também trabalha na identificação dos dois corpos retirados pelos bombeiros na cidade de Rio Doce, a 100 km de Mariana. O material genético deles será comparado, ainda sem data definida, com o dos familiares dos 28 desaparecidos confirmados pela Defesa Civil de Mariana, o que, segundo a polícia, não descarta que eles sejam também vítimas da tragédia, mas moradores de outros locais.

Como parte das investigações, Bustamante pretende começar nesta segunda-feira a fazer os boletins de ocorrência do caso. Ele pretende ouvir as cerca de 200 famílias que estão desabrigadas e também fazer registro de todos os bens e documentos perdidos pelos moradores.

O mutirão também deve incluir a confecção de novos documentos. A regional de Ouro Preto deve enviar dez agentes encarregados da função para Mariana ainda nesta segunda.

“A confecção dos novos documentos é vital para que as vítimas tenham acesso aos benefícios que estão sendo colocados à disposição para eles, como direito ao saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e bolsa família”, disse o delegado.

“Além disso, as informações que vamos registrar nos boletins de ocorrência vão servir para munir de informações as duas ações, uma civil e outra criminal, que o Ministério Público Estadual deve propor para apurar as responsabilidades criminais e as indenizações, tanto aos moradores quando ao meio ambiente, por causa da tragédia”, conclui o delegado.

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