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Investigação no Borel será exemplo de combate à impunidade, diz secretário

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares, afirmou nesta quinta-feira, em visita ao morro do Borel, na Tijuca, na zona norte do Rio, que a investigação da morte de quatro moradores da comunidade, supostamente executados por policiais militares no mês passado, vai ser tomado como exemplo de combate à impunidade pelo governo federal. Ele anunciou a liberação de R$ 1 milhão para a Corregedoria-Geral Unificada do Rio, órgão responsável pela apuração de crimes cometidos por policiais. Também presente à visita à Associação de Moradores do Borel, o secretário Nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, garantiu aos líderes comunitários e moradores que haverá recursos para a criação de um Centro de Educação, Lazer e Cultura no bairro, em memória das vítimas, a exemplo do que foi feito após a chacina de Vigário Geral, ocorrida em 1993. E, ao deixar o local, repetiu um gesto comum entre os presos políticos na época da ditadura: chamou o nome de cada um dos quatro jovens assassinados enquanto todos diziam ?presente?. Os quatro moradores foram mortos no dia 17 de abril, durante uma operação no Borel feita por PMs do 6º Batalhão (Tijuca). Parentes das vítimas, que nesta quinta-feira vestiam camisetas com a foto dos rapazes e a pergunta ?Posso me identificar??, afirmam que eles foram executados sem possibilidade de defesa. A PM afirma que os quatro eram traficantes, mas Everson Gonçalves Silote, de 26 anos, era motorista de táxi, Thiago Correia da Silva, 19 anos, mecânico de uma empresa ambiental, Carlos Alberto da Silva Ferreira, 21, pintor e pedreiro, e Carlos Magno de Oliveira Nascimento, 18, morava na Suíça e tinha vindo ao Brasil fazer alistamento militar obrigatório. Por ordem do secretário de Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, 16 PMs acusados de envolvimento no crime foram afastados do trabalho nas ruas.

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