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Investigado novo sistema de comunicação de presos em SP

Por Agencia Estado
Atualização:

Um novo esquema de comunicação de fora para dentro de presídios, bem mais simples e fácil em relação às centrais clandestinas de telefonia, pode estar sendo utilizado por grupos criminosos. A constatação é da polícia de Campinas, a 90 quilômetros de São Paulo, que prendeu em flagrante uma quadrilha, com cinco integrantes, suspeitos de usar um telefone público, os chamados "orelhões" para fazer a ligação a uma das cinco unidades do Complexo Penitenciário de Hortolândia. Os cinco foram presos sob a suspeita de estarem se comunicando com possíveis presidiários, pois estavam em uma rua que dá acesso ao complexo. O grupo utilizou um aparelho de recepção de uso exclusivo da Telefônica, que foi conectado a um telefone público, para completar a ligação. A nova versão e a ousadia do grupo surpreendeu até os polícias. Até agora, a comunicação pelas ligações telefônicas entre grupos internos e externos que a policia conhecia era feita por meio de uma central clandestina montada em casas ou apartamentos. Ricardo Alexandre de Souza, Geraldo Alves da Silva, Edvaldo Augusto, Alexandre Santos e André Aparecido dos Santos - todos com passagem pela polícia - estavam "conectados" a um orelhão a menos de dois quilômetros do complexo, o que chamou a atenção de guardas municipais, na tarde de sexta-feira. Eles foram pegos com o aparelho acoplado aos fios do telefone público. Em depoimento, negaram a acusação que o aparelho que eles portavam fazia parte de um novo esquema de comunicação com detentos. O grupo foi atuado em flagrante por roubo de energia e encaminhado para a cadeia do 2º Distrito Policial. Com eles foram também apreendidos vários celulares. A polícia não se convenceu da versão apresentada pelo grupo. O delegado Talmir Russo Boavista começa nesta segunda-feira a investigar como o aparelho de uso exclusivo da Telefônica foi parar com o grupo. Ele vai tentar rastrear as últimas ligações feitas do celular e também do telefone público onde o aparelho foi conectado. O objetivo é descobrir para qual das unidades a ligação foi feita.

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