Investigados negam tudo e ex-chefe fala em processar

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Por Marcelo Godoy
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Tadeu Sérgio Pinto de Carvalho e Luiz Hélio da Silva França, ex-chefes de gabinete da Secretaria da Segurança, negaram ao Estado as acusações feitas pelo oficial administrativo Carlos Jorge Santana, o Jorginho, de desvio de cerca de R$ 3 milhões da verba de operações policiais do gabinete. Carvalho refutou trechos do depoimento da tesoureira Marlene da Silva Santos Rocha em que ela o acusa de retirar às pressas um computador com provas de que haveria despesas pagas indevidamente com a verba. "São mentiras e calúnias", afirmou Luiz Hélio. Ele contou que tinha conhecimento do depoimento de Jorginho. Disse que contratou advogado e ia tomar providências e apresentar defesa. Luiz Hélio anunciou que vai processar por danos morais o oficial administrativo. Ele chegou a ser nomeado em 13 de julho para um cargo na Corregedoria Geral da Administração do Estado, um ato do governador José Serra. Luiz Hélio nem chegou a assumir. Em 22 de julho, o próprio governador tornou sem efeito a nomeação. Carvalho disse ao Estado que não tinha conhecimento das acusações de Jorginho e do depoimento de Marlene. Negou que tivesse usado dinheiro público para pagar contas pessoais. "Imagina!!", exclamou. Funcionário público de carreira, ele disse que todo o episódio do dinheiro no cofre já foi investigado pela Corregedoria Geral da Administração, que chegou à conclusão de que não houve irregularidade. Disse ainda que prestou todas as informações ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), que aprovou tudo. Sobre para quem ele entregava o dinheiro da verba, Carvalho afirmou que só prestará esse esclarecimento caso seja chamado para depor. "Como é verba do gabinete, é preciso que se ouça o secretário (Marzagão)", afirmou. As demais pessoas, segundo ele, "eram meros instrumentos". "O secretário é que é responsável, pois essa verba era para operações policiais do gabinete", afirmou. Carvalho não quis falar sobre a suposta conversa relatada por Jorginho em que ele teria dito obedecer ordens do então secretário adjunto Lauro Malheiros Neto para sacar a verba. Mas negou qualquer tipo de irregularidade. "Imagina!!!", exclamou novamente. O computador onde estariam supostas provas do uso indevido da verba, segundo ele, foi entregue a uma coronel da PM, para que fosse examinado e nada foi achado. Por fim, ele disse que pediu exoneração do cargo. O criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende o ex-secretário adjunto Lauro Malheiros Neto, disse que seu cliente nega peremptoriamente qualquer participação no uso de verba secreta.

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