Ipojuca tem maior cheia e inunda Gravatá

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Por Agencia Estado
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O rio Ipojuca, que nasce no agreste, registrou neste fim-de-semana a maior cheia de sua história, na avaliação do secretário estadual de Planejamento, Raul Henry, e inundou vários municípios que banha no agreste e zona da mata. O nível do rio subiu oito metros e, em Gravatá, no agreste, a 85 quilômetros do Recife, suas águas levaram parte de uma adutora urbana, romperam uma ponte de pedestres e deixaram mil famílias desalojadas e outras 170 desabrigadas. Com o comprometimento da adutora, parte da população está sem água potável. De acordo com Henry, que sobrevoou a calha do Ipojuca hoje, ao lado do secretário estadual de Infra-Estrutura, Fernando Duere, grande parte da cidade de Gravatá ficou debaixo d´água e hoje foi iniciada a operação limpeza para tirar a lama que tomou conta das ruas depois que as águas começaram a baixar. Nos municípios de Primavera e Escada, na zona da mata, também visitados pelos secretários, mais de 300 casas foram atingidas e pelo menos igual número de famílias foram desabrigadas ou desalojadas. Henry e Duere destacaram a ação da Defesa Civil que havia preventivamente evacuado as populações ribeirinhas, evitando mortes. Dois barcos infláveis e um helicóptero da Marinha foram usados na operação iniciada sexta-feira à noite. ?Os prejuízos materiais foram grandes, mas nenhum óbito foi registrado?, afirmou o secretário estadual de Planejamento. Até o final da tarde de hoje, Pernambuco registrava 28 mortes e cerca de 19 mil pessoas desabrigadas no Estado. Estão sem água parte das populações de Gravatá e Bezerros, no agreste, Sertânia e Petrolina, no sertão. As chuvas deram uma trégua no final de semana, ou ocorreram de forma leve no interior, mas as previsões é de que volte a chover a partir de hoje. Na manhã de amanhã, o governador Jarbas Vasconcelos se reúne com os três senadores pernambucanos e a bancada estadual na Câmara de Deputados para apresentar o levantamento dos prejuízos decorrentes das chuvas e mobilizar os parlamentares não apenas por rapidez na liberação de recursos federais, mas para que o seu aporte seja proporcional ao tamanho dos estragos na infra-estrutura, estimado em mais de R$ 45 milhões. Até o momento, o Ministério dos Transportes anunciou R$ 1,5 milhão para Pernambuco. De acordo com Fernando Duere, o governo de Pernambuco, com recursos próprios, conseguiu restabelecer, mesmo que de forma provisória, o tráfego em três BRs que cortam o Estado: a BR-232, no trecho entre Arcoverde e Cruzeiro do Nordeste, a BR-407, num trecho urbano de Petrolina, e a BR-428, entre Petrolina e Lagoa Grande, que faz ligação com o oeste da Bahia. Neste local, caminhões e carretas carregados especialmente de frutas produzidas no Sertão do São Francisco e que faziam uma fila de quatro quilômetros, puderam seguir caminho com a desinterdição da rodovia federal. Também o acesso a Tacaimbó, no agreste, que estava interrompido, sem que se pudesse fazer a entrega de mantimentos e roupas aos desabrigados, foi restabelecido com a ajuda do Exército, que colocou uma ponte metálica provisória, permitindo a passagem de veículos pequenos. Mas outros problemas surgiram: estão interditadas a PE-50, entre Limoeiro e Feira Nova (agreste), e as PE-390 entre Serra Talhada e Floresta, PE-280, entre Custódia e Sertânia e PE-292, entre Afogados da Ingazeira e Jabitacá, todas no sertão. Uma estrada que estava sendo construída para dar acesso à Cachoeira do Urubu, uma estância turística em Primavera, na zona da mata, foi comprometida pelo transbordamento do rio Ipojuca.

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