A Polícia Militar de Apucarana, a cerca de 370 quilômetros de Curitiba, no norte do Paraná, apreendeu, na manhã desta terça-feira, 21, dois irmãos adolescentes, de 15 e 12 anos, acusados de seqüestrarem outro menor, de 11 anos, e manterem-no em cárcere privado por quase 24 horas, com o objetivo de extorquir dinheiro da família. A Polícia Civil instaurou inquérito e investiga a informação de que o adolescente de 15 anos teria feito duas outras tentativas de seqüestro sem conseguir sucesso. As vítimas, que acabaram fugindo, estiveram na delegacia e o reconheceram. Segundo a polícia, a criança foi seqüestrada por volta do meio-dia de segunda-feira, 20, quando se dirigia para as aulas. Ela teria sido ameaçada com uma faca e levada para um matagal, onde teve as pernas e as mãos amarradas em uma tábua preparada para servir como uma grande algema. A criança também foi amordaçada para não gritar. Como o menino não chegou à escola e nem voltou para a casa, os familiares alertaram a polícia. Por volta das 21 horas, o pai da criança recebeu um telefonema feito pelo adolescente de 15 anos, no qual ele avisava do seqüestro, pedia resgate de R$ 2 mil e dizia que entraria em contato no dia seguinte. O identificador de chamada mostrou que a ligação foi feita de um telefone público. Mas quando a polícia chegou não encontrou ninguém. Policiais à paisana ficaram circulando pela região à espera do novo telefonema, que foi feito nesta manhã. O pai conseguiu estender a conversa pelo telefone, enquanto a polícia identificava de onde partia a ligação. O adolescente, que já tem antecedentes criminais por porte ilegal de arma, foi apreendido e, segundo a polícia, confessou a autoria dos crimes e acabou revelando onde ficava o cativeiro, na região conhecida como Lagoa Seca, na periferia de Apucarana. Ele disse que seu irmão, de 12 anos, também tinha ajudado. A criança seqüestrada foi resgatada por volta das 11 horas. Segundo o subcomandante da 10ª. Subdivisão Policial, major Esmeraldo Mansano, ela foi internada em um hospital, pois apresentava sinais de hipotermia. Com os acusados a polícia apreendeu um telefone celular, um crachá estudantil, uma faca de cozinha, três algemas de plástico e a tábua onde a criança foi amarrada.