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<i>Veja</i> diz que jornalistas sofreram constrangimetos na PF

Os três jornalistas foram convocados para depor sobre reportagem da revista que relata um suposto encontro entre Freud e Gedimar na PF

Por Agencia Estado
Atualização:

A revista Veja afirma, em seu site, que três de seus jornalistas sofreram nesta terça-feira "abusos, constrangimentos e ameaças em um claro e inaceitável ataque à liberdade de expressão garantida na Constituição" durante depoimento na Polícia Federal de São Paulo. A Polícia Federal negou que tenha havido qualquer tipo de intimidação ou coação dos três jornalistas da revista, ouvidos nesta terça no inquérito que apura um suposto encontro entre o ex-assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freud Godoy, e Gedimar Passos, um dos petistas presos com o dinheiro que seria usado na compra do dossiê Vedoin. Desses jornalistas intimados, o delegado Moysés Eduardo Ferreira ouviu Júlia Duailibi, Camila Pereira e Marcelo Carneiro. Segundo os jornalistas, a inquirição se deu não na qualidade de testemunhas, mas de suspeitos. "As perguntas giraram em torno da própria revista que, por sua vez, pareceu aos repórteres ser ela, sim, o objeto da investigação policial", diz o texto. Segundo a Veja, não houve violência física, mas o relato dos repórteres deixa claro que foram cometidos abusos, constrangimentos e ameaças. O texto da Veja cita vários momentos de constrangimento enfrentados pela jornalista Julia Duailibi durante o depoimento, como perguntas sobre os motivos que a levaram a escrever "essa falácia" e acusações de que a revista para "fabrica" notícias contra a Polícia Federal. Embora os repórteres da Veja tenham sido convocados como testemunhas, eles não puderam se consultar com a advogada que os acompanhava, Ana Dutra. Segundo a revista, "todo e qualquer aparte de Ana Dutra era considerado pelo delegado Ferreira como uma intervenção indevida" e, em determinado momento, Ferreira ameaçou transformar a advogada em depoente. Também foi negado aos jornalistas o direito a cópias de suas próprias declarações. O delegado teria alegado que tais depoimentos eram sigilosos. A repórter Júlia Duailibi também teria sido impedida de conversar com o repórter Marcelo Carneiro. Colaborou Clarissa Oliveira

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