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"Já matei quatro. Sou siciliano. Na Sicília é assim"

Por Agencia Estado
Atualização:

"Eu já matei quatro. Sou siciliano. Na Sicília é assim, se não consegue o alvo a gente pega a família." A declaração, feita a um ex-empregado, é do italiano Vicenzo Consoli, de 57 anos, condenado a 30 anos de prisão em seu país por assassinato, seqüestro e porte de armas, e que morava no Brasil usando identidade falsa desde 1980. Consoli, que usava o nome de Alessandro Ghezzi, foi preso na madrugada desta segunda-feira na Rodovia Anhanguera, em São Paulo. A ameaça de assassinato está numa fita gravada pelo ex-funcionário, que cobrava US$ 700 do italiano, e encaminhada à polícia. Consoli ofende a pessoa com que fala ao telefone e repete: "Você está na minha lista. Eu vou te matar. Estou preocupado porque você está vivo". Consoli conseguiu viver no Brasil por mais de 20 anos sem levantar suspeita, como comerciante em Jundiaí, no interior de São Paulo. A pessoa ameaçada foi funcionário do seu escritório em Jundiaí. A maneira como a cobrança foi feita, na frente da filha Renata, funcionária da Polícia Civil, deixou Consoli irritado. Abaixo, a gravação da conversa: Ameaçado - Por que você quer me matar? Estou cobrando o que tenho direito. Por quê? Vicenzo Consoli - Você vai ter de pagar com a tua vida o que fez ontem. Saia de casa e vai ver o que eu faço. Sai que eu te mato. Ameaçado - Por que você está me ameaçando se eu não fiz nada? Consoli - O que você fez na frente da minha filha e do Paulinho vale a tua vida. Eu sou macho para te matar. Sem a cobertura de delegados. Pode ir à polícia. Pode ir à Corregedoria. E pode gravar esta conversa. Eu sei que você está gravando. Estás marcado. Ameaçado - Mas o que eu fiz? Consoli - Se não pego você eu pego seu pai. Sou siciliano. Na Sicília é assim. Se não consegue o alvo, a gente pega a família. Vou arrancar o teu coração. Ameaçado - Mas por que meu pai? Consoli - Se não consigo pegar você, vou matar teu pai. Se fugir de mim e não me enfrentar eu vou matar teu pai. O Brasil vai ser pequeno para você. Ameaçado - Você me dispensou, me deixou desempregado. Consoli - Você nunca imaginou com quem está mexendo. Eu já matei quatro sem proteção de ninguém. Te demiti porque você dorme no serviço, já foi demitido do shopping, do posto de gasolina. Fez intriga dizendo para o marido que a mulher dele estava no motel. Ameaçado - Eu sou honesto. O que pude fazer no teu escritório fiz. Consoli - Todos que eu eliminei eram vermes como você. Para mim foi um motivo de orgulho, de felicidade. Ameaçado - Mas eu não fiz nada. Consoli - Você vai ter de pedir perdão para minha filha Renata. De joelhos. Se fizer isso esqueço que você existe. Do contrário não te dou paz. Vou pagar o seu assassinato. Você é um cadaver que está andando. Nenhuma polícia vai salvar você.

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