Jatene apoia consulta, mas teme uso eleitoral

Para governador do Pará, plebiscito deve mostrar para a população local todas as consequências da divisão do Estado

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Por Carlos Mendes
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ESPECIAL PARA O ESTADO / BELÉMO governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), é favorável ao plebiscito sobre a divisão territorial para criação dos Estados de Carajás e Tapajós, nas regiões sul e oeste paraenses, mas defende a realização de uma campanha de comunicação para esclarecer a população sobre "as ameaças e oportunidades da divisão".Para Jatene, a população deve ter a total clareza do que vai escolher e suas reais consequências. O tucano também não admite que o plebiscito esteja "associado a qualquer tipo de processo eleitoral". O governador teme que a consulta ocorra em 2012, ano de eleição para vereador e prefeito.Estimativas preliminares apontam que o retalhamento do Pará custaria R$ 3 bilhões aos cofres públicos. Deputado federal reeleito pelo PSDB, mas que renunciou ao mandato para assumir a Casa Civil do governo paraense, Zenaldo Coutinho foi autor da emenda no valor de R$ 1 milhão para realização de estudo, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), sobre os impactos sociais e econômicos da divisão para os governos estadual e federal.Contrário à divisão, Coutinho não gostou de saber da manobra feita pelos deputados Lira Maia (DEM-PA) e Giovanni Queiroz (PDT-PA) para que os projetos de decretos legislativos que autorizam os plebiscitos fossem votados da maneira como ocorreu ontem, em sessão esvaziada da Câmara, em Brasília. Segundo a assessoria da Casa Civil, Coutinho estava "indignado", mas preferia ainda não falar sobre o assunto antes de ter uma reunião com Jatene.Prazos. De acordo com o texto aprovado ontem na Câmara dos Deputados, no prazo de dois meses, contado da proclamação do resultado do plebiscito e se este for favorável à criação de novos Estados, a Assembleia Legislativa do Pará deverá se manifestar sobre a medida, devendo dar conhecimento da decisão ao Congresso em três dias úteis.Caso os Estados do Tapajós e de Carajás sejam criados, restaria apenas 17% do território original do Pará, incluindo as regiões norte e nordeste e o arquipélago de Marajó e mantendo Belém como capital do Estado.

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