O ministro da Defesa, Nelson Jobim, fará "uma limpeza" na Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), disse nesta terça-feira, 7, a deputada Luciana Genro (PSOL-RS) após encontro com o ministro. Segundo ela, porém, Jobim evitou comentar as dificuldades que o governo enfrenta com a atual diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). "Ele disse apenas que está estudando a forma de resolver o problema", relatou, sem especificar o problema ao qual se referia. Luciana Genro entregou ao ministro um documento com propostas emergenciais para equacionar a crise aérea. Ela afirma que a restrição para pousos e decolagens no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, "é insuficiente" para resolver o problema do terminal. É preciso, na avaliação da deputada, reduzir o tamanho e o peso das aeronaves que trafegam no aeroporto. Luciana defendeu ainda a desmilitarização do setor e pediu ao ministro que retomasse os estudos sobre essa questão. Jobim, segundo relato da parlamentar, disse que iria estudar o assunto no fim de semana, quando a agenda do ministro prevê vistoria dos aeroportos. Discussão A deputada relatou ter presenciado, recentemente, uma discussão entre a diretora da Anac Denise Abreu e o ex-presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, quando conversavam sobre o atendimento aos passageiros. Segundo ela, na ocasião, o brigadeiro garantiu que as empresas não informavam aos passageiros os motivos para os atrasos dos vôos e Denise retrucou dizendo que a Infraero tampouco prestava qualquer esclarecimento. Luciana também afirmou ter sido alertada por Pereira a ficar atenta a uma questão envolvendo o aeroporto de Ribeirão Preto. Na época, o brigadeiro teria pedido sigilo, segundo ela. A deputada disse que só estava revelando o pedido de alerta do brigadeiro porque partiu dele a revelação de que Denise Abreu estaria atuando nos bastidores para garantir a transferência do transporte de cargas de Congonhas e Viracopos para Ribeirão Preto, um negócio milionário. Gaudenzi Luciana não quis fazer comentários a respeito da indicação de Sérgio Gaudenzi para comandar a Infraero. A troca de nomes, na opinião dela, "por si só não quer dizer nada". "Não necessariamente apontará para mudanças, a não ser que haja disposição política para ir atrás das denúncias de corrupção", comentou. Ela disse, ainda, que a Anac é uma agência "submissa aos interesses das empresas e que não é à toa que alguns de seus diretores, segundo notícias, recebem favorecimento por parte das companhias aéreas.