O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e parentes dos desaparecidos no voo AF 447 protagonizaram ontem um encontro tenso no Hotel Windsor, na orla da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, onde a Air France concentrou a assistência a famílias das vítimas. "Foi difícil, em virtude da circunstância emocional em que vivem. Não houve alegria, nem manifestações de desacato", afirmou o ministro, após a reunião. Alguns, preocupados em preservar a sua privacidade, pediram que os nomes de seus parentes fossem retirados da lista de passageiros que deve ser divulgada hoje pela Air France. Outros , muito abalados,deixaram o encontro chorando. Segundo o Estado apurou, os parentes das vítimas questionaram o ministro sobre a real possibilidade do resgate de corpos em alto-mar. Jobim teria sido categórico e explicado que, diante das evidências, é grande a chance de os corpos se terem desintegrado e que, assim, dificilmente serão achados. Mas teria ressalvou que, caso algum corpo tenha sido preservado, devem vir à tona da água após 48 a 72 horas do acidente. Portanto, a partir da noite de ontem. Jobim disse às famílias que corpos eventualmente encontrados serão levados para Fernando de Noronha e, depois, para o Recife, antes do traslado para seus Estados de origem. Ontem mesmo amostras de DNA começaram a ser colhidas de familiares dos passageiros desaparecidos que recebem atendimento no Centro de Crise montado pelo governo francês em Roissy, nas imediações de Paris.