PUBLICIDADE

Jornalista acha que luta contra narcotráfico não está perdida

Por Agencia Estado
Atualização:

A luta contra o tráfico ainda não está perdida, na avaliação do jornalista Carlos Amorim. Ele sugere uma série de medidas para enfrentar o crime organizado: criação de penitenciárias federais; mudanças no Código Penal; trabalho conjunto das polícias brasileiras com a de países vizinhos; ação forte do Estado em comunidades pobres. "O Código Penal é dos anos 40, quando a maior ameaça à segurança eram os capoeiristas", critica Amorim. Com relação à criação de penitenciárias federais, o jornalista recorre ao exemplo americano. "O crime federal é aquele que tem impacto nacional, não somente na comunidade do criminoso. Nos Estados Unidos, o bandido é levado para o Alasca, onde fica sem contato com ninguém", afirma. No Brasil, ao contrário, traficantes comandam os negócios e ordenam assassinatos de dentro das prisões. O controle do tráfego de navios e barcos é outra providência importante, afirma. Amorim considera que as drogas e armas que chegam às mãos dos traficantes do Rio vêm pelo mar. "Temos uma das maiores faixas litorâneas do mundo, e a vigilância é bem menor do que nas estradas." A sociedade dos bairros de classe média, afirma o jornalista, está cada vez mais distante das favelas, a ponto de ambos falarem linguagens diferentes. "Nos bailes funk, jovens da periferia cantam músicas defendendo que o X-9 (informante da polícia) seja queimado no pneu, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. Já usamos uma língua diversa", acredita. Como em todo o mundo, o tráfico, de acordo com Amorim, prolifera em regiões pobres. Os clientes dos traficantes, entretanto, são de outra classe social.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.