Jospin não confirma novas parcerias com Alckmin

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Por Agencia Estado
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O governo paulista reafirmou nesta sexta-feira a intenção de ampliar a parceria com o governo francês, terceiro maior investidor no Estado, atrás apenas de EUA e Espanha, com um volume de investimentos privados de R$ 2,7 bilhões. Mas a visita de uma hora do primeiro-ministro da França, Lionel Jospin, e comitiva ao governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), não rendeu nenhuma parceria concreta. Alckmin recebeu de presente uma bandeja de prata e deu a Jospin um peso de papel em forma de tucano: o bico e a base prateados, e o corpo, com pedras brasileiras. "Conversamos sobre os investimentos privados já realizados e a possibilidade de novos no Estado", contou Alckmin. "O primeiro-ministro afirmou sua confiança nos pressupostos econômicos brasileiros e a crença de que as coisas caminham, embora haja turbulência no Mercosul e na Argentina." Os pontos específicos da conversa foram a questão da inserção de produtos agrícolas paulistas no mercado europeu; o interesse de empresas francesas, entre elas a EDF, na privatização da Cesp Paraná; e o estabelecimento de uma parceria técnica na área de transportes metropolitanos. Segundo Alckmin, Jospin demonstrou receptividade e colocou à disposição do governo paulista uma cooperação técnica da RATP, empresa francesa de transportes sobre trilhos (metrô e trens). O governo paulista já tem parceria com a Alstom, que fornece equipamento nesse setor. "Inicialmente será uma cooperação técnica, depois pode caminhar para outros investimentos, aí sim, privados, para a expansão do sistema de transportes sobre trilhos", disse Alckmin. O governador disse ainda que Jospin demonstrou compreensão sobre a questão agrícola, mas frisou que esse item também é importante para a França. O forte protecionismo exercido pelo governo francês não foi tema da conversa. "Não era o objetivo. E me parece justa a defesa dos interesses franceses na área agrícola, feita por Jospin. Mas nós colocamos a importância de se abrirem novos mercados para os produtos paulistas, como suco de laranja, açúcar e na área da pecuária", disse Alckmin.

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