Jovem violentada no Paraná mantém acusação contra preso

Acusado de assalto a casas confessou ter agredido o casal, mas jovem afirma que primeiro preso é o culpado

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Por Redação
Atualização:

A jovem M.P.L., de 23 anos, que foi estuprada e baleada no Morro do Boi, quando seu namorado foi morto, mantém o depoimento e garante que foi agredida por Juarez Pereira Pinto, de 42 anos, que está preso desde 17 de fevereiro. A jovem diz não saber por que um segundo preso está assumindo a culpa pelo crime. O namorado da jovem, o estudante Osíris Del Corso, de 22 anos, foi morto no dia 31 de janeiro, no litoral do Paraná.

 

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Um homem preso na semana passada no litoral, sob acusação de assalto a uma residência e estupro, confessou, segundo o Ministério Público, que praticou o crime contra os dois jovens. Com ele foram encontradas duas armas, uma delas identificada pela perícia como a utilizada para matar Del Corso e ferir a jovem.

 

Os advogados de Pinto anunciaram que vão reforçar o pedido para que seja emitido alvará de soltura. Segundo o advogado Mário Lúcio Monteiro Filho, a confissão e a prova da arma reforçam o pedido. Ele disse que possível pedido de indenização deve ser discutido.

 

O delegado Luiz Cartaxo de Moura, que conduziu o inquérito, disse, em entrevista coletiva na tarde da terça-feira, 30, que Paulo Delci Unfried, de 32 anos, foi preso na quarta-feira. Autuado em flagrante, houve desconfiança em relação a ele por causa da semelhança com o retrato falado do crime contra os estudantes. Na segunda-feira, houve a confirmação de que uma das armas apreendidas com Unfried foi usada no crime.

 

O delegado disse que a arma foi comprada legalmente em Cascavel. Passou por três pessoas, antes de chegar às mãos de Unfried, que a comprou entre os dias 3 e 5 de janeiro. O rapaz, que é casado, mora em Caiobá, nas proximidades do Morro do Boi. As promotoras de Matinhos, Carolina Dias Aidar e Fernanda Maria Motta Ribas, informaram à Justiça que, ao tomar conhecimento informalmente, ontem, do resultado positivo da arma, Unfried tentou suicídio por enforcamento. "De volta à Delegacia de Polícia, confessou a autoria do crime", dizem as promotoras no comunicado ao Judiciário.

 

Elas pediram, então, que ele fosse ouvido pelo Ministério Público. "As declarações são contraditórias com a prova colhida até agora nos autos, em especial com as palavras da vítima, denotando que a confissão não encontra amparo no presente processo", afirmam. Por isso, as promotoras pediram à Justiça, entre outras coisas, que sejam realizados exames no suspeito, nova reconstituição do crime e que ele seja submetido a reconhecimento por M. Segundo o delegado Moura, Unfried alegou que o objetivo era assaltar o casal e disse que não houve abuso sexual.

 

O delegado, porém, foi taxativo em afirmar a culpa de Pinto. "A polícia entendeu que as provas existentes eram suficientes, assim como entenderam o Ministério Público e o Judiciário", disse ontem. "Não admitimos erro. Se um erro aconteceu é resultante da conjuntura probatória forte, com reconhecimento pessoal feito pela polícia e pela vítima." O delegado alegou, ainda, que os álibis de Pinto apresentaram muitas contradições.

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