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Jovens encontram famílias naturais após 28 anos

Por Agencia Estado
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Depois de 28 anos, dois jovens de Itaperuçu, na região metropolitana de Curitiba, descobriram que não foram criados pelos pais verdadeiros, provavelmente por terem sido trocados na maternidade. Eles moravam a cerca de um quilômetro um do outro na pequena cidade, mas somente no fim de 2004 os dois se viram e o mistério começou a se desfazer. Exames de DNA já comprovaram o erro e as duas famílias têm vivido bastante unidas desde então. No dia 30 de dezembro de 2004 Edson Borges entrou no estabelecimento onde Viderson Reis trabalha. "Percebi que ele tinha a cara de meus irmãos", disse Reis. Ele tem quatro irmãos, como Borges. A mulher que criou Reis, Rita dos Reis Santos, falecida em 2000, colocou a dúvida na cabeça do rapaz. "Ela morreu com essa dúvida e a passou para mim", afirmou Reis. Como uma cunhada estava junto na mercearia, Reis a instigou a conversar com o rapaz. Perguntou a idade e a data do nascimento. A coincidência continuava. Eles continuaram a conversa e Borges, que é casado e tem dois filhos, também reconheceu em Reis traços de seus irmãos. Em março do ano passado o exame de DNA comprovou o que eles já desconfiavam. Estavam em famílias trocadas. "Não houve impacto maior porque já somos dois homens", destacou Reis, que mora com um irmão. Muitas coisas foram perdidas nestes 28 anos. A mais sentida de todas é Borges não ter conhecido a mãe natural. "Essa foi minha maior perda", lamentou. As duas famílias vivem mais unidas. "Eu tenho mais nove irmãos", disse Reis. "Saímos para pescar juntos e quando tem aniversário todo mundo vai na casa do outro." A batalha agora é para comprovar a troca e alterar a documentação. Reis afirmou que a família também pretende conversar com um advogado para decidir o que será feito quanto ao Hospital e Maternidade de Rio Branco do Sul, onde teria sido feita a troca das crianças. O assessor administrativo do hospital, Fernando Teixeira, preferiu não comentar o caso hoje por não ter recebido nenhuma notificação judicial e nem ter sido procurado pelas famílias. "Estou sabendo por terceiros", disse. Segundo ele, é "prematuro" afirmar que houve troca no hospital.

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