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Jovens foram assassinados por vingança, acredita delegado

Crime teria sido reação à tentativa de invasão do Morro do Adeus por traficantes da Vila do João, onde os cinco rapazes mortos e esquartejados moravam

Por Agencia Estado
Atualização:

O brutal assassinato de cinco jovens, moradores da Vila do João, foi motivado por vingança, acredita o delegado Aldari Viana, que investiga o crime. Para ele, foi uma reação à tentativa de invasão do Morro do Adeus por traficantes da Vila do João, onde os rapazes moravam. As quadrilhas que dominam as duas favelas da zona norte do Rio são de facção rivais: Amigos dos Amigos (ADA) e Terceiro Comando (TC). Outros dois adultos, mortos na chacina, ainda não foram identificados. Na madrugada da última segunda-feira, dois dias antes dos assassinatos, criminosos da Vila do João (ADA) tentaram, em vão, "tomar" o Adeus (TC). Houve tiroteio intenso, que se seguiu até terça-feira, segundo informou o delegado Viana, titular da delegacia de Bonsucesso. Ontem à tarde, um dia depois de localizados os sete corpos, ele seguiu para o Adeus com agentes de sua delegacia e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), grupo de elite da Polícia Civil, em busca dos assassinos, mas não os encontrou. As equipes, com cerca de 30 policiais checaram informações sobre os possíveis autores do crime, fornecidas ao Disque-Denúncia. Quatro pessoas foram detidas, mas apenas uma era do tráfico, disse o delegado. Os agentes vasculharam localidades diferentes do Adeus. Chegaram à favela por volta das 14 horas e foram embora antes das 19 horas. Um carro blindado foi utilizado e, apesar do clima tenso na favela, não houve confronto com criminosos. O crime Seis rapazes seguiam da Vila do João para um campo de futebol na Rua Uranos, que dá acesso ao Morro do Adeus, na noite de quarta-feira. Disputariam uma partida e depois voltariam para casa. Mas a Kombi em que o grupo estava foi interceptada por traficantes armados, que seqüestraram os rapazes e os levaram para o interior da favela. Cinco foram torturados, mortos e esquartejados. Um escapou. A polícia ainda não sabe o motivo pelo qual outros dois adultos, também mortos, foram largados junto com os jovens em um carro. Eles foram torturados e depois esquartejados. Na quinta-feira, os corpos foram achados dentro de um automóvel no bairro de Del Castilho, também na zona norte da cidade. Cinco deles foram enterrados nesta sexta-feira, no Cemitério do Caju. Os outros dois, de maiores de idade, não tiveram os nomes divulgados e ainda não foram sepultados. Outra linha de investigação Em uma outra linha de investigação, procura-se apurar a ligação entre as mortes e a de Ronaldo Ferreira do Nascimento, traficante conhecido como Mocotó, que era um dos chefes do tráfico da Vila do João. O corpo dele foi encontrado carbonizado na favela na quinta-feira. Mocotó teria sido morto a mando de Edmilson Ferreira dos Santos, o Sassá, que está preso em Bangu 1, penitenciária considerada de segurança máxima. Sassá - líder da ADA - estaria descontente com o fato de Mocotó querer deixar a facção. Expulsão Durante a operação nesta sexta0feira no Adeus, a polícia protegeu duas famílias que deixaram a favela por determinação de um criminoso conhecido como Marcelo Fanhoso, que seria o chefe do tráfico. Eles foram expulsos depois de serem acusados pela quadrilha de esconder bandidos da Vila do João em suas casas, durante a tentativa de invasão da madrugada de segunda-feira.

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