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Juiz afirma que PCC está bem estruturado no MS

O PCC "tem um exército bem estruturado na divisa do Estado com o Paraguai, capaz de resgatar presos, seqüestrar autoridades e ordenar rebeliões nas penitenciárias"

Por Agencia Estado
Atualização:

O juiz federal Odilon de Oliveira, que julga as ações do crime organizado no Mato Grosso do Sul, afirmou neste domingo que o PCC (Primeiro Comando da Capital) "tem um exército bem estruturado na divisa do Estado com o Paraguai, capaz de resgatar presos, seqüestrar autoridades, além da capacidade para ordenar rebeliões nas penitenciárias". A afirmação foi feita depois da ameaça de que o juiz criminal Eduardo Maguinelli Júnior e o diretor da Penitenciária de Segurança Máxima de Naviraí, Joaquim Hellis Alves, seriam seqüestrados e trocados por detentos daquele estabelecimento penal. Para o magistrado, mesmo podendo ser falsa, a informação deve ser encarada como real; devem ser tomadas todas as precauções necessárias. "São homens que comandam o narcotráfico e os crimes de pistolagem dentro do Paraguai e na fronteira com o MS. Exemplos não faltam: em 2004, resgataram presos da cadeia de Ponta Porã em plena luz do dia. O líder maior na região, é o Milton César Zerona, que está preso em Assunção, juntamente com seu braço direito, Clauderi Lopes Faria". Inteligência A Penitenciária de Segurança Máxima de Naviraí, no extremo sul do Estado, foi inaugurada no início deste ano. Foram transferidos para lá os líderes das rebeliões ocorridas nos dia 12 e 13 de maio deste ano, que destruíram os três maiores presídios do MS, situados em Campo Grande, Três Lagoas e Dourados. São 120 presidiários, todos ligados direta e indiretamente com facções criminosas que agem fora das prisões. Na última sexta-feira, policiais do setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública descobriram informações sobre o seqüestro do magistrado de Naviraí e o diretor da penitenciária da cidade, bem como o plano para resgate de oito presos da Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande. Eles também aguardavam uma rebelião na Penitenciária Harry Amorim Costa, em Dourados, e no presídio de Corumbá, no Pantanal, situação que mobilizou os 120 membros da Força Nacional de Segurança Pública, no Estado há dois meses, além de soldados da PM. Eles realizaram vistorias nas penitenciárias de Campo Grande, Dourados e Corumbá. Em Naviraí, cercaram o presídio e montaram barreiras nas rodovias e ruas que dão acesso ao local. Segundo o coordenador dos trabalhos em Naviraí, capitão PM Gilberto Santana, não houve alteração entre os presos hoje (16). O estado de alerta total deverá continuar durante a semana, enquanto transcorrem investigações para apurar a origem das ameaças.

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