Juiz critica falta de entendimento entre União e governo no Rio

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Miguel Pachá, criticou nesta terça-feira a falta de entendimento entre os governos estadual e federal no combate à violência no Estado, que, para ele, beneficia os traficantes e prejudica a população. Ele considera que o avanço da criminalidade levou o Rio a um ?estado de calamidade?. ?Cada autoridade tem seu ponto de vista e deve externá-la. Mas isso deve ser feito o mais rápido possível a fim de que se chegue a um denominador comum. Porque, se houver divergências, quem vence são os bandidos, que estão soltos e não são perseguidos. Assim, o Estado não se faz presente e quem sofre é a sociedade, somos todos nós?, afirmou Pachá. O presidente do TJ criticou a atuação da Polícia Civil do Rio, que, para ele, não está investigando os crimes como deveria. ?Na Rio se praticam grandes crimes diariamente e estamos desativando varas criminais porque não temos número de processos suficientes, o que é uma incoerência. Isso é falta de investigação da polícia. Inúmeros crimes são praticados e nós não sabemos quem foram os autores. Isso gera na sociedade a idéia da impunidade.? Segundo ele, as varas criminais custam muito caro e acabam sendo transformada em cíveis, por causa da falta de demanda. Alerta O presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Rio de Janeiro, Wladimir Reale, alertou para o fato de que, com o fim do convênio entre o Estado e a União que permite a prisão de traficantes de drogas pela polícia estadual, os criminosos presos poderão acabar nas ruas novamente. Ele explicou que, como o tráfico de drogas e armas são crimes federais, de acordo com o artigo 144 da Constituição, quem tem atribuição para prender e investigar esses bandidos é a Polícia Federal. ?As prisões, mesmo que sejam feitas em fragrante, poderão ser questionadas pelos advogados dos traficantes, já que os policiais civis estão prendendo ilegalmente?, afirmou. Reale disse ainda que o convênio terminou em dezembro do ano passado e não há previsão de renovação. Veja o especial:

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