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Juiz do caso Naya sob investigação de improbidade

Por Agencia Estado
Atualização:

O juiz Alexander Macedo, que atuou no caso Palace 2, será investigado por improbidade administrativa pela Promotoria da Cidadania. Hoje, o representante do Ministério Público no processo de indenização das vítimas, promotor Rodrigo Terra, encaminhou documentos em que Macedo teria tomado decisões irregulares. ?A Promotoria da Cidadania fará uma investigação mais detalhada para saber se o juiz obteve algum tipo de vantagem?, informou Terra. Entre os documentos enviados por Rodrigo Terra à Promotoria da Cidadania está cópia de decisão de Macedo que libera R$ 100 mil da conta bancária das vítimas para o pagamento de Almir Maia Machado por suposta prestação de serviço de consultoria e diligência internacional para contrato bancário. Machado, na verdade, era mestre de obras do Palace 2. ?Há um documento que mostra que ele não era empresário, como se habilitou, mas um operário, um mestre de obras?, diz o promotor. Para Terra, outro caso ?emblemático? foi a autorização para que duas Mercedes Benz, ano 1982, fossem usadas como pagamento de um empréstimo pessoal de US$ 20 mil contraídos por Naya junto a Luiz Gonzaga Ferreira. Segundo o juiz Macedo, as duas decisões foram tomadas para viabilizar um empréstimo de US$ 5 milhões que o empresário faria no Panamá. O dinheiro seria usado para o pagamento das vítimas, mas a transação bancária não se concretizou. ?Os advogados do Naya disseram que aquela pessoa (Machado) estava trabalhando no contrato e precisava receber para que o empréstimo saísse. O liquidante judicial viajaria dois dias depois para buscar os US$ 5 milhões. Eu não podia investigar se ele (Machado) era ou não quem estavam dizendo. As vítimas tinham pressa?, defendeu-se Macedo. Os US$ 20 mil seriam referentes à taxa bancária para concessão do empréstimo. Hoje, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Miguel Pachá, criticou ?os meios de comunicação? e os advogados das vítimas do Palace 2. ?São profissionais que ficam encantados com as manchetes dos jornais e com a tela da TV, mas não é através da imprensa que se reforma uma decisão da Justiça?, disse o desembargador, segundo nota divulgada pela Assessoria de Imprensa. Pachá garantiu que se houver qualquer irregularidade no processo, o juiz será punido.

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