Juiz manda ginecologista a júri popular

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Por Agencia Estado
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O ginecologista Vanderson Bullamah foi pronunciado pelo juiz da Vara do Júri e de Execuções Criminais, Luís Augusto Freire Teotônio, para ir a júri popular, sob a acusação de homicídio doloso. Ele será julgado pela morte da auxiliar de serviços gerais Maria Inês Guerino, que morreu em setembro de 1996, após uma cirurgia plástica. A defesa de Bullamah tem uma cópia da decisão e recorrerá assim que a intimação judicial for publicada no Diário Oficial. O ginecologista é acusado, ainda, de outras duas mortes. Maria Inês, que tinha 39 anos, foi a segunda mulher que morreu após submeter-se a uma cirurgia com Bullamah - a primeira, a bancária Vera Lúcia Caressato Carnaval, de 48, morreu em janeiro de 1996, após lipoaspiração nas pernas, barriga e quadril. A terceira foi a universitária Helen de Moura Buratti, de 20 anos, que faleceu após uma lipoescultura na clínica do cirurgião. Após o último incidente, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) suspendeu o registro profissional de Bullamah. O advogado de defesa, Newton Azevedo, comentou que a pronúncia do juiz determina que seu cliente aguarde o julgamento em liberdade. Um recurso já está sendo preparado para ser enviado ao Tribunal de Justiça (TJ). "Acreditamos na absolvição ou, no máximo, que o caso seja considerado como homicídio culposo", explicou Azevedo. A qualificação culposa significa que a morte da paciente teria ocorrido sem intenção do médico. Na pronúncia, o juiz justifica a qualificação de dolo porque Bullamah teria "assumido o risco de produzir o resultado, ao invés de recuar, além do mais quando já tinha ocasionado a morte de outra paciente em condições semelhantes".

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