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Juiz vai ficar preso em quartel da PM

Por Agencia Estado
Atualização:

O juiz Marco Antônio Tavares, de 47 anos, condenado na sexta-feira pelo Tribunal de Justiça (TJ) a 13 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato da mulher, Marlene Aparecida Moraes Tavares, em 1997, em Jacareí, vai ficar preso num quartel da Polícia Militar até que sua condenação se torne definitiva, ou seja, não caibam mais recursos - o que deve demorar alguns anos. "Como juiz, ele tem o direito estabelecido por lei à prisão especial", disse ontem o presidente do TJ, desembargador Sérgio Augusto Nigro Conceição. Segundo Nigro Conceição, não existe um local adequado que preencha os requisitos da legislação. "A gente reconhece que a Polícia Militar não tem condição de cuidar de presos mas, por outro lado, não existe um local adequado para o juiz e o promotor (João Luiz Portolan Galvão Minichelli), que está preso também", disse o presidente do TJ à reportagem. Após a pena se tornar definitiva, Tavares será levado para um presídio comum. "Evidentemente, ele não será colocado próximo de pessoas que tenha condenado." Por outro lado, a seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já começou a reclamar. Em nota, a entidade questiona o tratamento dado ao promotor que está no mesmo quarto que Tavares, no Regimento 9 de Julho da PM. O promotor é acusado de tentar matar a mulher. Os advogados também querem o mesmo privilégio em caso de prisão, pois a lei lhes concede esse direito. A condenação do juiz - que teve decretada a perda do cargo - vai dar início ainda a uma briga pela guarda dos filhos do casal, Hector, de 10 anos, e Artur, de 7. Quem passaria a ter direito de ficar com eles é a mãe de Marlene, Mercedes, de 66. A irmã da vítima, Marli, de 40, disse após o julgamento que não deve pedir de imediato a guarda dos sobrinhos. "Vamos primeiro pedir visitas. Não vamos arrancá-los assim do ambiente que vivem há cinco anos. Seria uma terceira perda. Eles perderam a mãe e agora o pai, que vai ficar preso." A família ficou sem ver as crianças desde a época do crime, por causa de supostas ameaças feitas por Tavares. O juiz sempre negou as ameaças.

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