Julgamento de ´Papai Noel atirador´ deve terminar nesta terça

O policial militar José Benedito da Silva é acusado de ser o homem que tentou matar publicitária, a mando do avô e do pai da vítima

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Por Agencia Estado
Atualização:

Começou às 13 horas desta segunda-feira, 10, o julgamento do policial militar José Benedito da Silva, acusado de ser o homem fantasiado de Papai Noel que deu três tiros contra a publicitária Renata Guimarães Archilla, em 2001. Ele vai a júri pela segunda vez. No primeiro julgamento, em 2003, Benedito foi condenado por unanimidade e recorreu. Se ele for condenado novamente, o promotor Roberto Tardelli deve acusar o avô e o pai de Renata, Nicolau Archilla Galan e Renato Archilla, respectivamente, acusados de serem os mandantes do crime. Nesta segunda, foram ouvidos Renata, a mulher do PM, Josélia Domingues da Silva, a irmã dela, Silmara Domingues da Silva, e o perito Ademir Munhoz. O destaque ficou para o depoimento do gerente de um motel, Lindomar Uchoa, que, em depoimento a polícia, em 2001, identificou o PM como autor dos disparos. Uchôa mudou de opinião diversas vezes. No primeiro julgamento, chegou a ser acusado de falso testemunho. Nesta segunda, como testemunha da acusação, esperava-se que reconhecesse Benedito como autor dos disparos. No entanto, negou que o homem que viu tirando a roupa de Papai Noel tenha sido o PM. O promotor voltou a acusá-lo de falso testemunho. O julgamento será retomado às 9 horas desta terça-feira, para as disposições finais e a provável leitura da sentença. O caso No dia 17 de dezembro de 2001, um homem vestido de Papai Noel e armado com um revólver calibre 38 tentou matar Renata, que estava no volante de seu carro, num semáforo no bairro do Morumbi. "A garota se envolveu em um processo de reconhecimento de sua paternidade, ganhou, e estamos investigando para saber se a briga na Justiça provocou os fatos", explicou à época o delegado Olavo Reino Francisco. Durante alguns anos, ela brigou na Justiça de São Paulo para ter sua paternidade reconhecida. Conseguiu provar que Renato Archilla era realmente seu pai. ?Nem o pai nem o avô aceitaram a decisão da Justiça. Ela passou a usar o sobrenome do pai e lutou para receber o dinheiro da pensão estipulado por um juiz?, revelou Reino Francisco na ocasião. Benedito foi preso duas semanas após o atentado, depois que a polícia localizou um carro que, por duas semanas, tinha feito campana na rua onde Renata morava, seguindo-a para registrar seus hábitos, nos preparativos para o atentado. O processo para reconhecimento da paternidade de Renata foi um dos primeiros a utilizar o recurso dos exames de DNA no Brasil. Texto atualizado em 11 de julho

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