Julgamento de Pimenta Neves deve durar três dias

Júri do jornalista pelo assassinato da também jornalista Sandra Gomide, começará nesta quarta. Juiz da 1ª Vara Criminal reservou três dias para o júri

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Por Agencia Estado
Atualização:

O julgamento do jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves pelo assassinato da também jornalista Sandra Gomide, começará nesta quarta, 3, em Ibiúna, a 70 quilômetro de São Paulo, caso o júri não seja suspenso. Pimenta Neves entrou na sexta-feira, dia 28, com habeas-corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão de seu julgamento. O juiz da 1ª Vara Criminal, Diego Ferreira Mendes, reservou três dias para o júri. O promotor Carlos Sérgio Rodrigues Horta Filho, que atuará na acusação, acredita que o júri dará o veredicto em 2 dias. Mais de 200 pessoas assinaram uma lista para disputar as vagas destinadas ao público, no salão do júri do Fórum local. Dos 40 lugares, 18 foram reservados para a imprensa. O sorteio das 22 cadeiras remanescentes será feito nesta terça. O crime ocorreu em 20 de agosto de 2000, num haras do município, de 60 mil habitantes. Pimenta Neves deu dois tiros na ex-namorada. Na época, o réu era diretor de redação do jornal O Estado de S.Paulo e a vítima também trabalhava na empresa. Ele é acusado de homicídio duplamente qualificado. A relação com os 21 jurados já foi divulgada. O sorteio dos 7 jurados que irão compor o corpo de sentença será feito na abertura da sessão. Se o julgamento se prolongar e for necessário um recesso, os escolhidos ficarão isolados, numa pousada na cidade. Cronologia do caso 20 de agosto de 2000 - A jornalista Sandra Gomide, de 32 anos, é assassinada, no Haras Setti, em Ibiúna (SP), com um tiro nas costas e outro na cabeça. 21 de agosto de 2000 - Juiz Maurício Valala, da 2ª Vara Criminal de Sorocaba, decreta prisão temporária de Pimenta Neves. Para fundamentar o pedido de prisão temporária, o delegado Lincoln Amorim Kunisawa, assistente da Delegacia de Ibiúna, afirmou que testemunhas ouvidas disseram ter visto o suspeito deixando o local do crime. 22 de agosto de 2000 - Pimenta Neves é internado após tentativa de suicídio 23 de agosto de 2000 - Advogado entrega à polícia a arma usada pelo jornalista, um revólver Taurus, calibre 38, com capacidade para cinco tiros 24 de agosto de 2000 - Pimenta Neves é preso preventivamente e indiciado por homicídio doloso (com intenção de matar) 25 de agosto de 2000 - Pimenta Neves confessa o crime e alega que foi motivado por uma traição. Ele disse à polícia ter-se sentido "usado e ultrajado" por Sandra, "que não correspondia no setor afetivo". No depoimento, Pimenta Neves repete diversas vezes estar arrependido do crime e negou ter premeditado o assassinato. Ele obtém direito de ficar em clínica psiquiátrica e uma liminar impede sua transferência imediata para uma cela do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa 26 de agosto de 2000 - Testemunha diz que viu Pimenta matar Sandra 31 de agosto de 2000 - Laudo do Instituto de Criminalística de São Paulo revela que as balas que mataram Sandra partiram do revólver entregue à polícia. No mesmo dia, o ministro Fontes de Alencar nega liminar em pedido de habeas-corpus protocolado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em favor do jornalista 4 de setembro de 2000 - Pimenta Neves é transferido da clínica Parque Julieta, na zona sul, para uma cela do 77.º Distrito Policial, em Santa Cecília 28 de setembro de 2000 - Oito testemunhas de acusação são ouvidas pela juíza Eduarda Maria Romeiro Corrêa, da 1.ª Vara de Ibiúna. Foram interrogados os proprietários do haras, Deomar Setti e Marlei de Fátima Setti; os funcionários João Quinto de Souza e Valmor Guerra Sobrinho; Jair Griffe, que trabalhou como segurança de Sandra, e João Floretino Gomide, Nilton Florentino Gomide e Carlos Renato Florentino, respectivamente pai, irmão e tio da vítima 31 de outubro de 2000 - O juiz Virgilio de Oliveira Júnior, da 39.ª Vara Cível, concede liminar que impede Pimenta Neves de realizar qualquer operação com seus bens 13 de novembro de 2000 - Três testemunhas de defesa depõem. Prestaram depoimento o jornalista Arnaldo Galvão, a secretária Leila Ventura e o ex-ministro da Comunicação Said Farah. Em 1º de dezembro, foram ouvidos a jornalista Iris Walquíria Campos e o empresário Roberto D?Utra Vaz. O jornalista Roberto Müller, arrolado pela defesa, não compareceu 23 de março de 2001 - O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concede liminar em habeas-corpus determinando a libertação do jornalista 24 de março de 2001 - Pimenta Neves deixa a carceragem do 13.º DP 14 de junho de 2002 - A juíza da 1.ª Vara Criminal de Ibiúna, Eduarda Romeiro Correia, decide que Pimenta seja levado a júri popular por homicídio duplamente qualificado - motivação torpe e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima 27 de janeiro de 2006 - Julgamento é marcado para 3 de maio, às 8 horas, no Tribunal do Júri da 1ª Vara de Ibiúna 24 de março de 2006 - O ministro Hélio Quaglia Barbosa, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), suspende o julgamento 25 de abril de 2006 - O ministro Hélio Quaglia Barbosa, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), suspende liminar que ele próprio deu e jornalista deve ser julgado em maio

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