
13 de julho de 2018 | 20h05
Atualizado 13 de julho de 2018 | 22h28
BRASÍLIA E GOIÂNIA - O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, classificou de "desastre" e "equívoco criminoso", nesta sexta-feira, 13, a libertação, por engano, de Leomar Oliveira Barbosa, ex-braço direito do traficante Fernandinho Beira-Mar. Barbosa estava em uma penitenciária em Formosa (GO), mas foi solto no último dia 4 de julho.
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"Eu acho um desastre (a soltura). Se isso, tendo ocorrido, é um equívoco, no meu ponto de vista, criminoso. E tem que se identificar quem sãos os responsáveis e puni-los, porque é inaceitável você prender, e ter uma grande dificuldade para prender, nunca é fácil, um bandido como esse, e ele ser solto por um equívoco. É difícil até de acreditar. Mas de todo jeito tem que ser averiguado e punir os responsáveis", afirmou Jungmann em coletiva de imprensa.
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Leomar teria sido libertado pela administração do presídio após receber um alvará de soltura com relação a uma de suas condenações na Justiça. Ele é condenado, no entanto, em outros processos e não poderia ter saído da cadeia. Com o engano, o homem passou a ser considerado foragido da Justiça.
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Em 2011, o ex-braço direito de Beira-Mar foi um dos alvos da Operação Casa Nova III, da Polícia Federal, por chefiar uma quadrilha de tráfico de drogas. A investigação apontou, na época, que o grupo comprava cocaína na Bolívia com traficantes daquele país e, depois, trazia o entorpecente ao Brasil em aeronaves de pequeno porte.
A estrutura da quadrilha era hierarquizada, sendo que cada integrante cumpria um papel específico. Todos se reportavam a Leomar, que centralizava as informações e coordenava a atuação dos demais membros. As ordens eram passadas por meio de ligações telefônicas e por recados transmitidos a pessoas que visitavam Leomar, quando este estava na Penitenciária Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia (GO).
O diretor geral da Administração Penitenciária do Estado, coronel Edson Costa, afirmou que é uma situação atípica, mas um erro grave que será investigado até as últimas consequências. “É uma situação que nos preocupa muito, afinal é um procedimento de praxe em que não costuma ocorrer erros. Vamos investigar para saber se foi realmente um equívoco”, disse ao Estado. O responsável pelo cartório da unidade prisional e demais funcionários envolvidos foram afastados até que se conclua a investigação. De acordo com o diretor o prazo mínimo para a investigação é de 30 dias.
Para o presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB Goiás, Edemundo Dias, a liberação de Leomar Oliveira denuncia a fragilidade do sistema prisional goiano. “Toda vez que vai haver a liberação de um presto é preciso verificar se há outros processos, se ele pode ser liberado e nesse caso estamos falando de um presídio de segurança máxima, ou seja, há, no mínimo um erro gravíssimo”, disse
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