Júri de assassinos de Liana e Felipe deve acabar nesta quarta

A sessão desta terça, 18, não contou com a presença do suposto mentor do crime, o Champinha, de 19, acusado de ter matado a jovem

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Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de três anos do assassinato do casal Liana Friedenbach, de 16 anos, e Felippe Café, de 19, deverá ser conhecida nesta quarta-feira, 19, a pena de três dos cinco envolvidos no crime. A sessão desta terça, 18, na Câmara Municipal de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, não contou com a presença do suposto mentor do crime, R.A.A.C., o Champinha, de 19, acusado de ter matado a jovem. Como na época tinha 16 anos, Champinha não está sendo julgado: cumpre medida socioeducativa na Febem e deverá estar de volta às ruas em novembro, livre de responsabilidades, de acordo com a lei brasileira. Também não foi julgado o quarto envolvido no bárbaro assassinato: Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco, acusado de ter matado Felippe com um tiro de espingarda de chumbo na nuca. Seu advogado entrou com recurso e ele será julgado em outra data. Para a assistente de acusação do Ministério Público Estadual, Andréa Zuppo Franco, foi positiva a ausência de Champinha, que poderia ser ouvido como testemunha. "Para a defesa seria bom ouvi-lo porque ele assumiria a culpa dos demais, já que era menor na época." No lugar de Champinha, a acusação optou por trazer como testemunha um de seus irmãos, que chegou a vê-lo com Liana. O assassino disse para o irmão que ela era sua namorada. Júri O julgamento começou às 11 horas. Os três acusados chegaram às 8h25, de cabeça baixa, com o uniforme de presidiários e chinelos. Como Liana foi mantida em cativeiro e estuprada durante quatro dias antes de ser assassinada, os advogados de defesa tentaram evitar a presença de mulheres no júri, para conter supostos sentimentos de vingança, o que resultou num corpo de jurados composto por seis homens e apenas uma mulher. Cada depoimento durou cerca de meia hora. O primeiro foi de Agnaldo Pires, acusado de estupro e cárcere privado. O segundo foi de Antônio Caitano da Silva, o Nojento, acusado de seqüestro, estupro e cárcere privado. O último depoimento foi de Antônio Mathias de Barros, que teve cinco testemunhas de defesa. "Meu cliente entrou na história só no último dia. Ele não sabia que Liana estava em cárcere privado. O seu crime foi ter servido um prato de comida para ela", disse a advogada Jéssica Rodrigues. Para Andréia, assistente de acusação, todos os três têm de receber a pena máxima. "Existem várias maneiras de cometer um crime, desde dar um tiro e matar até ver uma pessoa sendo morta e não fazer nada." O argumento foi apoiado pela mãe de Felippe, Lenice Silva Café, que estava muito emocionada durante o julgamento. "Eles poderiam ter evitado o que aconteceu." O pai de Liana, Ari Friedenbach, não quis assistir aos depoimentos. Ari foi ouvido como uma das sete testemunhas. O crime Liana e Felipe desapareceram no dia 31 de outubro de 2003. Eles acampavam em uma região isolada de Embu-Guaçu quando foram seqüestrados e mantidos em um sítio. Felipe Caffé, com 19 anos na época, foi morto por Pernambuco dois dias depois, com um tiro na nuca. Liana, com 16, foi violentada por todos os réus e pelo adolescente e morta a facadas cinco dias após o seqüestro. Os corpos do casal só seriam encontrados no dia 10 de novembro de 2003.

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