Justiça de Taiwan manda o menino Iruan voltar ao Brasil

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Por Agencia Estado
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A Justiça de Taiwan decidiu nesta quarta-feira, em segunda instância, que o menino Iruan Ergui Wu, de oito anos, deve ser devolvido à avó materna, Rosa Leocádia da Silva Ergui, residente em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. A família brasileira comemorou mais uma vitória na batalha judicial que trava para repatriar a criança, mas ainda não pode preparar a recepção. O tio de Iruan, o taiwanês Huo-Yen Wu, que há dois anos mantém o menino em sua casa, em Kaoshiung, tem 20 dias para apresentar recurso à instância suprema. A batalha judicial deve arrastar-se por mais três meses, segundo previsão de advogados de organizações de direitos humanos gaúchas que apóiam a luta de Rosa Leocádia para recuperar a criança. Mas a segunda vitória, confirmando decisão tomada há seis meses em primeiro grau, semeou esperança na família. ?Eu sinto que ele está cada vez mais perto?, dizia a avó durante a manhã desta quarta-feira, depois de receber um telefonema do diretor do escritório comercial do Brasil em Taipé, Paulo Antônio Pereira Pinto. A disputa pela posse de Iruan começou há dois anos, depois de uma série de fatalidades. O menino é filho da brasileira Maria Tavares Ergui e do marinheiro chinês Teng-Shu Wu. Em 1998 ele perdeu a mãe, vítima de leucemia, e passou a ser criado pela avó, em Canoas. Em março de 2001, o pai, que via Iruan a cada seis meses no porto de Montevidéu, pediu para levar o filho ao oriente para apresentá-lo aos seus familiares. A avó consentiu. Uma semana depois da chegada a Taiwan, Teng-Shu Wu morreu de forma misteriosa enquanto dormia. Com a morte do irmão, Huo-Yen decidiu ficar com o sobrinho órfão, alegando que a decisão obedecia à tradição local e que respeitaria um desejo do pai. Em Canoas, a avó reagiu, lembrando que Teng-Shu havia comprado uma casa para Iruan morar no município gaúcho e passado a tutela da criança a ela. Com esses argumentos, conseguiu decisão favorável na Justiça brasileira e, agora, também na Justiça taiwanesa. No relato que apresentou à família, Pereira Pinto disse que, segundo o tribunal de Taiwan, a avó deve ficar com a guarda porque não há provas de que o retorno ao Brasil causará algum dano ao menino, como alegavam os advogados do tio.

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