Justiça Federal dá 5 dias para Samarco interromper vazamento
Estudos do MPE mostram que rejeitos de minério de ferro ainda descem de represa cinco meses depois de tragédia em Mariana
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Por Leonardo Augusto
Atualização:
BELO HORIZONTE - A Justiça Federal em Minas Gerais deu cinco dias à Samarco Mineração para que interrompa o fluxo de rejeitos de minério de ferro que continua vazamento da barragem da empresa que rompeu em Mariana em 5 de novembro. A decisão atende a ação impetrada pelo Ministério Público Estadual (MPE) que, com estudos sobre a qualidade da água em cursos d'água da região, afirma que os rejeitos de minério de ferro ainda descem da represa, mais de cinco meses depois da tragédia, que matou 18 pessoas. Uma continua desaparecida. A multa pelo não cumprimento da decisão é de R$ 1 milhão por dia.
O MP entrou com a ação na segunda-feira, 4. Um dia depois, o presidente da Samarco, Roberto Carvalho, afirmou em Belo Horizonte que não existia mais vazamento de lama em Mariana. O executivo, porém, disse na ocasião que ainda não havia tomado conhecimento da ação.
Abrigo de animais resgatados em Mariana
1 / 12Abrigo de animais resgatados em Mariana
Bichos estão em uma área de 1.700 m²
Em espaço bancado pela mineradora Samarco, há cães, gatos, cavalos, porcos, galinhas, patos e vaca Foto: Bruno Ribeiro/Estadão
Bichos estão em uma área de 1.700 m²
Alguns animais estão em jaulas; outros estão acorrentados Foto: Bruno Ribeiro/Estadão
Bichos estão em uma área de 1.700 m²
Os cachorros, especialmente os filhotes, passam o dia cavando o chão para tentar escapar Foto: Bruno Ribeiro/Estadão
Bichos estão em uma área de 1.700 m²
Os cães passam o dia nas gaiolas, mas voluntários e os próprios donos dos bichos frequentam o espaço para levá-los para passear Foto: Bruno Ribeiro/Estadão
Bichos estão em uma área de 1.700 m²
Os animais que ainda não tiveram os donos localizados serão colocados para adoção Foto: Bruno Ribeiro/Estadão
Bichos estão em uma área de 1.700 m²
Os cães e gatos estão em um galpão, que abriga também uma clínica veterinária e onde foram feitas pequenas cirurgias Foto: Bruno Ribeiro/Estadão
Bichos estão em uma área de 1.700 m²
Já chega a 605 o número de animais resgatados na região de Mariana após o rompimento das barragens de rejeito de minério de ferro da Samarco Foto: Bruno Ribeiro/Estadão
Bichos estão em uma área de 1.700 m²
A data de adoção dos animais sem dono ainda não foi definida Foto: Bruno Ribeiro/Estadão
Bichos estão em uma área de 1.700 m²
O espaço que abriga os bichos foi mantido com serviços de voluntários que se encarregaram de limpar as gaiolas e dar alimento aos bichos Foto: Bruno Ribeiro/Estadão
Bichos estão em uma área de 1.700 m²
Como em um hospital, as gaiolas dos cães são numeradas e, na porta delas, há papéis com as recomendações para cada bicho Foto: Bruno Ribeiro/Estadão
Bichos estão em uma área de 1.700 m²
Voluntários passeiam com os animais, que ficam o dia todo no galpão Foto: Bruno Ribeiro/Estadão
Bichos estão em uma área de 1.700 m²
Segundo o veterinário responsável pelos animais de grande porte, cavalos e vacas que chegaram ali, na maior parte dos casos, apresentava quadro de des... Foto: Bruno Ribeiro/EstadãoMais
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Conforme o levantamento feito pelos promotores, em janeiro e fevereiro de 2016, 5 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro do que restou da represa atingiram matas e cursos d'água da região. A estimativa é de que ainda existam 9,7 milhões de metros cúbicos de lama na Barragem de Santarém, que rompeu parcialmente no dia 5 de novembro. Essa represa fica à frente da de Fundão, a que entrou em colapso no dia 5 de novembro.
Segundo o MP, obras realizadas pela Samarco, como a construção de diques para segurar a lama, não vêm surtindo efeito. Na decisão, tomada na quarta-feira, 6, o juiz que acatou o pedido do Ministério Público, Luís Fernando Benfatti, afirmou que, "na verdade, o que se tem inicialmente é que o dano ambiental se agrava dia após dia, sem que as partes envolvidas tomem efetiva medida de contenção e reparação dos estragos vivenciados".
Lama avança pelo Rio Doce
1 / 2Lama avança pelo Rio Doce
Lama avança pelo Rio Doce
A Defesa Civil monitora o movimento da lama de rejeitos, proveniente das barragens que se romperam em Mariana (MG), no dia 5 de novembro Foto: Fred Loureiro/Secom-ES
Lama avança pelo Rio Doce
Na foto, encontro do Rio Manhuaçu com o Rio Doce, já coberto por lama das barragens. Foto: Fred Loureiro/Secom-ES
A Samarco é controlada pela Vale e pela BHP Billiton. A empresa afirmou não ter sido notificada da ação e que "os diques estão cumprindo seu papel de conter os sedimentos dentro da área das barragens".