Justiça de Minas manda prender novamente engenheiros da Vale

Executivos e terceirizados foram soltos por habeas corpus; tragédia em Brumadinho deixou 200 mortos e 108 desaparecidos

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Por Leonardo Augusto
Atualização:

BELO HORIZONTE - O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou nesta quarta-feira, 13, novamente a prisão de 11 funcionários da Vale e 2 empregados da empresa Tüv Süd, que já haviam sido detidos por causa do rompimento da barragem de Brumadinho (MG). Todos haviam sido soltos após conseguirem habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) mês passado.

Engenheiros estavam presos desde o dia 29 de janeiro Foto: Werther Santana/Estadão

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O desastre já tem 201 mortes confirmadas e 107 desaparecidos. A decisão desta quarta-feira manda que todos cumpram as prisões temporárias por 30 dias determinadas aos 13 investigados. 

As primeiras prisões, em 29 de janeiro, foram dos executivos Cesar Augusto Grandchamp, geólogo, Ricardo de Oliveira, gerente de Meio Ambiente do Corredor Sudeste, e Rodrigo Artur Melo, gerente executivo do Complexo Paraopeba da Vale. Os dois funcionários de empresas terceirizados também foram presos neste dia, os engenheiros André Yassuda e Makoto Mamba da Tüv Süd, que atestaram a estabilidade da barragem. Os habeas corpus foram dados em 5 de fevereiro.

As outras oito prisões foram em 15 de fevereiro. Neste caso, todos eram funcionários da Vale envolvidos com a segurança da barragem: Joaquim Pedro Toledo, Renzo Albieri Carvalho, Cristina Heloíza Malheiros, Artur Bastos Ribeiro, Alexandre Campanha, Marilene Christina Araújo, Hélio Marcio Cerqueira e Felipe Rocha. Os habeas corpus que autorizaram a saída dos oito foi concedido pelo STJ em 27 de fevereiro.

Em nota, a Vale classificou as prisões como “desnecessárias”, pois os colaboradores já haviam prestado depoimento de "forma espontânea" e estavam disponíveis para novos esclarecimentos às autoridades. A mineradora afirmou ainda que, a pedido da força-tarefa que apura o crime, esse grupo já estava afastado.

Depoimento

Também nesta quarta-feira, o presidente afastado da Vale, Fabio Schvartsman, disse à Polícia Federal que não sabia de problemas relativos à segurança da barragem. O depoimento, na sede da PF em Belo Horizonte, durou cerca de sete horas.

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Aos integrantes da força-tarefa que investigam a tragédia, Schvartsman afirmou que as informações sobre a estrutura estavam nas mãos das equipes técnicas da mineradora.

Schvartsman foi afastado do comando da empresa no último dia 2, após pedido da força-tarefa de policiais e promotores que investiga o caso.