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Justiça nega reabrir investigação da morte da mãe de Bernardo

Pedido foi feito pela avô materna do menino, que afirmou que a filha havia sido assassinada; caso foi registrado à época como suicídio

Por Elder Ogliari
Atualização:

PORTO ALEGRE - O juiz Marcos Luís Agostini, da Comarca de Três Passos, negou o pedido de desarquivamento do inquérito policial que investigou a morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini, nesta segunda-feira, 28. A decisão considerou que a reabertura da investigação só poderia ser autorizada se houvesse uma prova que alterasse a conclusão anterior e destacou que nem mesmo o Ministério Público, órgão acusador, vislumbrou isso.

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O pedido havia sido feito pela defesa de Jussara Uglione, mãe de Odilaine e avó de Bernardo, que afirmou que a mulher não teria se suicidado, como indicou a investigação policial, mas sido assassinada. Alegou que o corpo tinha lesões no antebraço direito e lábio inferior e vestígios de pólvora na mão esquerda, lembrando que a vítima era destra. Também levantou suspeição sobre o perito responsável pela necropsia, por ser sogro de um primo do médico Leandro Boldrini, pai do menino, de quem Odilaine estava se separando à época, em 2010.

O juiz entendeu que não há prova de amizade ou vínculo de familiaridade entre o perito e Boldrini e, para sustentar sua decisão, citou a conclusão de que a mão direita segurava o revólver auxiliada pela esquerda e que as lesões no antebraço foram decorrentes de punções venosas feitas no hospital na tentativa de salvar a vida de Odilaine. 

Caso. O menino Bernardo Boldrini, de 11 anos foi assassinado em abril deste ano. Ele desapareceu no dia 4 e o corpo foi encontrado no dia 14. O Ministério Público acusou o pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini, como mentores do crime, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz e o motorista Evandro Wirganovicz como auxiliares. Também afirmou que todos tiveram entre suas motivações interesses financeiros. O pai e a madrasta para assegurar a parte que caberia a Bernardo da herança da mãe e os dois ajudantes pelo pagamento oferecido pelos mentores. Os quatro estão presos. 

Boldrini diz que é inocente. Graciele admite que o menino morreu em suas mãos, mas por ingestão acidental de medicamentos em excesso. Edelvânia sustenta que não participou do "evento morte", mas só da ocultação do cadáver, e o irmão de Edelvânia nega participação no crime.

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