Justiça quebra sigilo bancário de Freud e Lacerda

O objetivo é investigar a operação pela qual Freud teria recebido R$ 396 mil de Naji Nahas. Lacerda é apontado como o homem que levava o dinheiro

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Justiça de Mato Grosso autorizou nesta quinta-feira a quebra dos sigilos bancários de Freud Godoy, ex-assessor direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Hamilton Lacerda, ex-assessor do então candidato ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante. No caso de Freud, a quebra se estende de janeiro a setembro deste ano e inclui operações de compra e venda de ações, realizadas pela Telemig junto à Bolsa de Valores, e movimentações em sua conta. O procurador quer saber se realmente foram transferidos R$ 396 mil em ações do investidor Naji Nahas para Freud em transação feita pela corretora do Banco Alpha. O Ministério Público também quer checar a real participação na compra do dossiê. Dez dias depois desta operação, no dia 15 de setembro, os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha foram presos em São Paulo com R$ 1,75 milhão que seria usado para comprar um dossiê contra políticos tucanos. Freud foi inicialmente citado por Gedimar como o mandante da operação. Lacerda A situação de Lacerda se complicou quando imagens do circuito fechado do Hotel Íbis, onde Valdebran e Gedimar foram presos com o R$ 1,75 milhão que compraria o dossiê, mostraram o ex-assessor de Mercadante tomando o elevador carregando uma pasta. À PF, Lacerda disse que levava apenas um notebook, boletos e material de campanha do PT. Valdebran o desmentiu. Arrecadador de campanhas do partido em Mato Grosso, ele afirmou ao delegado Diógenes Curado, que preside o inquérito, que foi Lacerda quem lhe entregou o dinheiro. O ex-coordenador da campanha paulista é um dos principais alvos da apuração. Para a PF, ele é um dos mentores do golpe, mas não o número um. Acima dele podem estar nomes mais importantes na hierarquia do PT, acredita a polícia. Lacerda já teve seu sigilo telefônico aberto por ordem da Justiça Federal. O histórico de chamadas a partir de quatro celulares aponta contatos com ministérios e com a cúpula do PT. Colaborou Fausto Macedo

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