Justiça reage a críticas do MST no PA

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Tribunal de Justiça do Pará reagiu hoje duramente às críticas que vem sofrendo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que vêem parcialidade no julgamento dos 150 militares envolvidos na morte de 19 lavradores em 1996 em Eldorado dos Carajás, no sul do Estado. O julgamento, que será desdobrado em três sessões, está previsto para começar no próximo dia 8 de abril. Segundo as duas entidades, estaria sendo montada uma farsa para absolver os militares, mas isso só poderá ser evitado com a presença no julgamento da "imprensa e entidades internacionais". O desembargador Milton Nobre tachou a postura do MST e da CPT como "desaforo por antecipação" . Ele disse não poder admitir que a seriedade do Poder Judiciário seja posta em dúvida na condução do julgamento. O desembargador Felício Pontes foi mais longe na defesa da instituição, sugerindo durante reunião do TJ uma interpelação ao MST. E afirmou: "ninguém intimida a Justiça". Segundo Pontes, o julgamento não poderia ser realizado num estádio de futebol e nem será por causa da grande repercussão do caso, que as pessoas terão de sair de suas casas. A presidente do TJ, Climenie Pontes, explicou que a decisão de impedir o acesso da imprensa ao salão do júri, durante as três sessões, se deve à falta de espaço no local, que conta com 200 lugares. Os jornalistas ficarão no quarto andar do prédio do TJ, onde terão um telão para acompanhar o julgamento. As sessões também serão transmitidas pela internet, com tradução simultânea para o idioma inglês. Pontes disse que em outros países, a Justiça costuma vetar a tomada de imagens do julgamento, permitindo apenas a entrada de jornalistas munidos de bloco de papel e caneta.

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